Armados pelos EUA: Qual o real poder aéreo de Irã e Israel?

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Israel realizou uma série de ataques contra o Irã na noite desta quinta-feira (madrugada de sexta-feira, no horário local). Os bombardeios resultaram na morte de dois líderes militares iranianos, entre outras vítimas, e deixam a região mais instável em meio aos ataques de Israel à Faixa de Gaza.
Os dois países possuem uma ampla frota de caças multimissão, inclusive para lançamento de bombas e ataques a alvos no solo. Veja abaixo os modelos de ataque de cada país.
Caças
Todos os dados da reportagem são da empresa de análises do setor de aviação Cirium, compilados na publicação Flight Global World Air Forces. As aeronaves de ataque estão separadas por modelo/versão, país de origem e quantidade.
Irã (Força Aérea da República Islâmica do Irã)
- F-4 (Estados Unidos): 65 unidades
- F-5 (Estados Unidos): 35 unidades
- F-7 (China): 17 unidades
- F-14 (Estados Unidos): 41 unidades
- MiG-29 (União Soviética/Rússia): 18 unidades
- Mirage (França): 12 unidades
- Su-24 (União Soviética/Rússia): 21 unidades
Irã (Guarda Revolucionária Islâmica)
- Su-22 (União Soviética/Rússia): 9 unidades
Israel (Força Aérea e Espacial de Israel)
- F-15 (Estados Unidos): 66 unidades
- F-16 (Estados Unidos): 174 unidades
- F-35 (Estados Unidos): 38 unidades

Embora Israel tenha uma menor variedades de aviões de combate (três apenas), sua frota é maior que a do Irã, com 278 unidades. Já o país persa possui mais modelos (oito ao todo), mas menos unidades que o vizinho, com 218 exemplares.
Armados pelos EUA

É notória a presença dos EUA entre os fabricantes das aeronaves de ataque dos dois países. Todos os caças de Israel são norte-americanos, por exemplo, e mais da metade dos do Irã também.
No caso do Irã, as aeronaves oriundas dos EUA foram fornecidas pelo país ocidental antes da revolução islâmica no país, que aconteceu no final da década de 1970.

Os dois países eram muito próximos, e a compra aconteceu antes do rompimento diplomático entre as nações. Diante disso, o Irã ficou com um acervo defasado de caças F-4, F-5 e F-14, todos, praticamente, obsoletos.
Hoje, apenas Grécia e Turquia operam o F-4 Phantom além do Irã. Já o F-5 está caindo em desuso por ser um avião de mais de 50 anos. A própria FAB está desativando os seus exemplares após um processo de modernização, levando em conta a entrada em serviço dos caças Gripen.

Os F-14 já foram desativados globalmente, e apenas o Irã opera o modelo hoje em dia. Fora poucos exemplares, os EUA trituraram e sucatearam todos os F-14 de sua frota, com o objetivo de impedir que peças pudessem ser extraviadas e fornecidas para o Irã manter sua frota em operação.
Irã depende de peças piratas
Devido às sanções impostas ao Irã após a revolução islâmica, o fornecimento de peças de reposição e serviços de manutenção é restrito. Para isso, o país precisou se adaptar para conseguir manter sua frota em voo.
Um dos procedimentos adotados foi a engenharia reversa, no qual os engenheiros iranianos desmontavam os aviões para copiar as peças e os componentes. Nesse sentido, fabricavam peças piratas inspiradas nas originais para suprir a demanda.
Outra técnica utilizada (até comum no mercado) é a canibalização de aviões. Unidades paradas servem de peça de reposição para outros exemplares.
Um caminho também adotado foi a modernização dos aviões, com tecnologias desenvolvidas no próprio país. Ao mesmo tempo, componentes fabricados sob medidas por Rússia e China, que não têm atritos diplomáticos com o Irã como os EUA, a exemplo de aviônicos, que são os componentes eletrônicos das aeronaves.
Mesmo diante desse cenário, é difícil saber quantos aviões do Irã estão realmente operacionais hoje em dia.
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