O Golpe da Soberba em meio à pandemia
"Cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você", foi o que ouviu o fiscal que buscava, no exercício de seu trabalho, proteger vidas.
Juliana Borges, escritora, publicou na revista Cláudia: "ao negar-se cidadão e achar que estavam humilhando o fiscal, aquelas pessoas estavam negando e anulando a si mesmas enquanto sujeitas de direitos".
Gostei bastante desta explicação pois demonstra que, no afã de se distinguir e de demonstrar superioridade, o raciocínio falhou. Ora, desde quando o engenheiro, o médico, o advogado ou qualquer outra profissão se sobrepõe ao conceito de cidadania?
Peço sinceras desculpas, caro leitor, pois sei que este não é o foco desta coluna. Mas é que a atitude do casal de cidadãos (sim, porque apesar de toda a arrogância, eles ainda o são) me causou tamanha repulsa que eu não poderia deixar de me posicionar.
Se o assunto não lhe é familiar, clique aqui. A reportagem original foi veiculada pelo Fantástico no último domingo.
É um golpe. O golpe da soberba, do desrespeito.
Este tipo de comportamento não é novidade, infelizmente.
Seja com "Você sabe com quem você está falando?", que coloca o interlocutor em posição superior, ou com "Quem você pensa que você é?", que aponta o outro como inferior, a carteirada reina em uma sociedade que precisa aprender a respeitar e entender que exercer a cidadania é uma tarefa sem fim. Não adianta fazer hoje e esquecer amanhã.
Parabéns à empresa Taesa que demitiu a funcionária que desrespeitou, de uma só vez, as regras de prevenção ao coronavírus e o fiscal que estava exercendo seu trabalho. Que ela aprenda com esta dor e se torne uma pessoa melhor.
Espero que estejam todos bem e com saúde. Até a próxima, caro leitor.
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