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Em ano de eleição embolada, ações de bancos e estatais disparam e desabam

Luiza Calegari e Maria Carolina Abe

Do UOL, em São Paulo

03/10/2014 19h45Atualizada em 03/10/2014 19h57

Ações de estatais e de bancos foram as mais afetadas pelas expectativas em relação às eleições no país. Por isso, as ações de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Itaú e Bradesco foram apelidadas de "kit eleições" pelos operadores do mercado.

A partir de março, quando o cenário para as eleições presidenciais começou a se formar, pesquisas mostraram queda na aprovação ao governo e investidores ficaram otimistas com a possibilidade de mudança. 

A política econômica da atual presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), é alvo de críticas nos mercados financeiros. Portanto, pesquisas mostrando queda de Dilma faziam as ações do "kit eleições" subirem; uma alta de Dilma, pelo contrário, levava os papéis para baixo.

De meados de março até setembro, as ações de estatais e bancos subiram fortemente. 

No mês passado, no entanto, o cenário começou a virar, com pesquisas mostrando um avanço de Dilma. As ações destas empresas passaram a cair. Mesmo assim, elas ainda se mantêm acima do patamar em que estavam em março.

Veja o comportamento das principais ações durante o período.

Preferencial da Petrobras

A ação preferencial da Petrobras (PETR4), que dá prioridade na distribuição de dividendos, começou a subir no dia 17 de março (quando valia R$ 12,57), e a tendência durou até 2 de setembro (quando a ação fechou em R$ 24,56). Neste período, o papel se valorizou 95,39%.

No último mês, no entanto, a ação acumulou perdas de 25,29%, fechando a R$ 18,35 nesta sexta-feira (3). Entre março e hoje, portanto, a ação ainda acumula alta de 45,9%.

Ordinária da Petrobras

A ação ordinária da Petrobras (PETR3), que garante direito a voto nas assembleias da empresa, valia R$ 12,02 em 17 de março, quando começou a subir. Em 2 de setembro, a ação chegou a R$ 23,29, uma alta de 93,7%.

De setembro a outubro, o papel perdeu 24,86%, fechando a última sessão antes do primeiro turno em R$ 17,50. Isso significa que, de março até outubro, a ação ainda acumula ganhos de 45,59%.

Banco do Brasil

O papel do Banco do Brasil (BBAS3) saiu de um patamar de R$ 18,70 em 17 de março e subiu até dobrar de valor, atingindo R$ 37,46 em 2 de setembro.

Afetada pelos efeitos da eleição, a ação começou a cair, até fechar em R$ 26,01 nesta sexta. Entre setembro e outubro, portanto, a ação teve baixa de 30,57%, mas ainda acumula alta de 39% desde março.

Itaú

A ação do Itaú (ITUB4) começou a subir mais cedo: de R$ 29,29 no dia 14 de março, o papel subiu até fechar a R$ 41,24 em 2 de setembro. A alta no período, portanto, foi de 40,8%.

De setembro até agora, a ação entrou em tendência de queda, perdendo 15,47% até fechar em R$ 34,86 nesta sexta. De março até outubro, a alta ainda é de 19%.

Bradesco

O papel do Bradesco (BBDC4) também tem sido afetado pelo noticiário de eleições. Em 14 de março, a ação saiu de R$ 26,37 para fechar a R$ 41,64 em 3 de setembro, uma valorização de 57,9%.

No último mês, a ação caiu 15,15%, perdendo parte da alta e fechando a R$ 35,33. Entre março e outubro, os ganhos acumulados são de 33,98%.

 

Eletrobras

A ação preferencial da Eletrobras (ELET6) valia R$ 8,57 em 7 de março, e fechou em R$ 12,52 no dia 1º de setembro. Neste período, a valorização foi de 46,09%.

Entre setembro e outubro, a ação caiu, e foi a R$ 9,75, acumulando baixa de 22,12%. Entre março e outubro, portanto, a ação ainda tem ganhos de 13,77%.

Apesar de ter sido bastante afetada pelo noticiário das eleições, a Eletrobras também refletiu o cenário das empresas do setor elétrico.

As empresas tiveram de negociar empréstimos com o governo para cobrir perdas, decorrentes da necessidade de acionar usinas térmicas para evitar um racionamento de energia.