Dólar sobe 1,7% e fecha a R$ 3,801, com risco de país ser rebaixado de novo
O dólar comercial fechou esta quinta-feira (10) em alta de 1,7%, a R$ 3,801 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana havia caído 1,92%.
No mês, o dólar acumula queda de 2,21% e, no ano, tem valorização de 42,95%.
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Agência coloca nota do Brasil em revisão
Na véspera, a agência de classificação de risco Moody's colocou a nota de crédito do Brasil em revisão para rebaixamento.
Em agosto, a Moody's já havia cortado a nota do Brasil de "Baa2" para "Baa3", o último degrau do chamado grau de investimento --indicador de que o país ou empresa é considerado um bom pagador, um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro. Se houver um novo corte pela Moody's, o país perde o selo de bom pagador.
Operadores ouvidos pela agência de notícias Reuters acreditavam que a reação à notícia tende a ser contida porque muitos já trabalhavam com o cenário de perda do grau de investimento nos próximos meses.
"Eu diria que o mercado já deu conta de boa parte do ajuste que precisa ser feito para incorporar o downgrade [rebaixamento]", disse um operador de uma gestora de recursos internacional à Reuters.
Ele afirmou que não é incomum que o mercado se antecipe ao movimento das agências de classificação de risco, lembrando que o dólar vem sendo negociado perto dos níveis em que se encontrava antes de outra agência, a Standard & Poor's, rebaixar o país para o grau especulativo, em setembro.
"Talvez o downgrade venha um pouco mais cedo do que alguns esperavam, mas isso está longe de ser algo que muda o jogo", acrescentou.
Além da Moody's, o país ainda tem o grau de investimento pela Fitch, outra grande agência de classificação de risco. Já a Standard & Poor's tirou o selo de bom pagador do país em setembro.
Um segundo rebaixamento pode ter impacto no mercado ainda maior do que o primeiro, porque muitos investidores estão impedidos de deter títulos que não tenham o selo de bom pagador por pelo menos duas das três principais agências de classificação de risco.
A visão dos operadores é que o dólar pode até subir no curto prazo, mas não deve mudar de patamar em reação ao rebaixamento. "Vemos um rebaixamento pela Moody's nos próximos meses como praticamente inevitável", escreveram analistas do banco BBVA em nota a clientes, ressaltando que a instituição já esperava que o Brasil perdesse seu selo de bom pagador por pelo menos mais uma agência.
Crise política
O mercado está sendo praticamente guiado pelos acontecimentos políticos, sobretudo diante da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que tem tomado conta das ações no Congresso Nacional.
Segundo a Reuters, o mercado tem reagido de forma positiva a notícias que fortalecem as chances de impeachment, apostando que mudanças no Palácio do Planalto poderiam ajudar na recuperação econômica.
No entanto, muitos operadores ressaltam que a instabilidade política pode paralisar o ajuste das contas públicas, o que deixa o mercado de dólar mais sensível e instável.
Atuações do BC
Operadores ressaltaram ainda que a atuação do Banco Central tende a amenizar os movimentos do câmbio. O BC fez nesta tarde leilão de venda de até US$ 500 milhões com compromisso de recompra, operação que não tem como objetivo a rolagem de contratos já existentes.
Além disso, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)
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