Dólar cai 0,25% e fecha valendo R$ 3,877, após três altas seguidas
O dólar comercial fechou esta terça-feira (15) em queda de 0,25%, a R$ 3,877 na venda, interrompendo uma sequência de três altas. O dia foi de instabilidade.
Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,32%.
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Cenário nacional
Investidores avaliavam as implicações da nova rodada de buscas relacionadas à Operação Lava Jato.
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de ministros e de outros políticos.
"Não estão claras as consequências dessa ação (da Polícia Federal), é um debate que está percorrendo o mercado. Quando a política é o 'driver', a situação fica menos previsível e o resultado é volatilidade", disse o operador de uma gestora de recursos internacional à agência de notícias Reuters, sob condição de anonimato.
Cunha tem encabeçado a campanha pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, algo visto como positivo no mercado de maneira geral, de acordo com a Reuters. Por outro lado, ele também tem dificultado a aprovação na Câmara de medidas para ajustar as contas públicas, piorando a perspectiva econômica para o Brasil.
Uma fonte do Palácio do Planalto disse nesta terça-feira que a presidente decidiu que a meta de superavit primário (a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida) para 2016 não será de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto), como defende o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e que deve ficar abaixo de 0,5%.
Ainda no cenário político, no início da tarde, o Conselho de Ética da Câmara aprovou parecer preliminar que dá prosseguimento ao processo contra Cunha que pode resultar na cassação de seu mandato.
A notícia vem um dia antes de sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade da Lei 1079/50, que define as regras do procedimento de impeachment.
Cenário externo
No mercado externo, os investidores aguardavam a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) sobre as taxas de juros nos EUA nesta quarta-feira. A expectativa é de que o Fed anuncie o primeiro aumento de juros em quase uma década.
"O mercado dá como fato que o Fed vai subir juros amanhã. Mas é um evento importante e é normal que o mercado trabalhe com um pouco mais de cautela enquanto isso não se confirma", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano à Reuters.
Atuações do BC
O Banco Central realizou nesta tarde leilão de venda de até US$ 500 milhões com compromisso de recompra, em operação que não tem como objetivo a rolagem de contratos já existentes.
Pela manhã, o BC também deu sequência à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos.
Até agora, o BC já rolou o equivalente a US$ 6,019 bilhões, ou cerca de 56% do lote total, que corresponde a US$ 10,694 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)
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