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Dólar fecha em queda de 1,51%, a R$ 3,626, após duas altas

Do UOL, em São Paulo

28/03/2016 17h12Atualizada em 28/03/2016 17h12

dólar comercial fechou esta segunda-feira (28) em queda de 1,51%, cotado R$ 3,626 na venda. Na última quinta-feira, a moeda norte-americana havia fechado em alta pelo segundo dia seguido. Na sexta, o mercado não abriu por causa do feriado de Páscoa.

A moeda acumula queda de 9,44% no mês e de 8,16% no ano.

Crise política

Nesta segunda-feira, os investidores continuavam atentos ao cenário político brasileiro.

O PMDB reúne-se amanhã para tratar de seu futuro, e as expectativas são de que o maior partido da base aliada decida deixar o governo. Isso enfraqueceria as linhas de defesas do governo contra o impeachment no Congresso. 

Alguns operadores veem a saída de Dilma do Palácio do Planalto como um passo para a recuperação da economia brasileira, enquanto outros ressaltam que as turbulências políticas tendem a dificultar o ajuste econômico.

"É a reta final. O mercado enxerga a saída do PMDB como o começo do fim do governo Dilma", disse José Carlos Amado, operador da corretora Spinelli, à agência de notícias Reuters.

Menor intervenção do BC

A queda do dólar também foi influenciada pela nova rotina de intervenções do Banco Central no câmbio, que não anunciou nenhum leilão de moedas para este pregão.

A autoridade monetária voltou a ofertar na semana passada swaps cambiais reversos e reduziu a rolagem dos swaps tradicionais --contratos equivalentes à compra e venda futura de dólares, respectivamente.

Após o fechamento da última quinta-feira, o BC informou que não faria nesta sessão leilão para rolagem de swaps tradicionais que vencem em abril, mas também não anunciou oferta de swaps reversos.

"O BC está dando dois passos para frente e um para trás. Parece que ele não vai deixar o dólar cair muito, mas a estratégia dele está muito confusa", disse o operador de um banco nacional que negocia diretamente com o BC.

Alguns operadores especulam que o BC teria como meta evitar que o dólar recue abaixo de R$ 3,60 no curto prazo, com medo de prejudicar as exportações, em um momento de profunda recessão econômica. Por outro lado, cotações altas da moeda norte-americana tendem a pressionar as expectativas de inflação deste ano, que vêm recuando recentemente.

Dados dos EUA

No exterior, o mercado aguarda para terça-feira discursos de Janet Yellen, presidente do Federal Reserve, e de outras autoridades do banco central norte-americano, que devem manter a política monetária dos Estados Unidos sob os holofotes.

Os gastos do consumidor dos EUA subiram moderadamente em fevereiro e a inflação geral recuou, fatores que podem influenciar a decisão do Fed de elevar mais os juros neste ano.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em economias emergentes, como o Brasil.