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Dólar cai 2,6%, maior queda desde setembro, a R$ 3,597; na semana, sobe 1%

Do UOL, em São Paulo

08/04/2016 17h09Atualizada em 08/04/2016 17h09

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (8) com queda de 2,63%, a R$ 3,597 na venda. É a maior queda percentual diária desde 24 de setembro de 2015, quando a moeda norte-americana havia caído 3,73%.

Apesar da queda no dia, o dólar termina a semana com alta acumulada de 0,95%. Na véspera, a moeda havia subido 1,33% e alcançado maior valor de fechamento desde 16 de março.

No ano, o dólar tem desvalorização de 8,90%.

Crise política

Investidores continuavam atentos aos desdobramentos da crise política no país.

Levantamento do Datafolha aponta que 308 deputados (60% do total) são favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. O número ainda é insuficiente para a Câmara autorizar a abertura do processo, mas quase um quinto dos deputados se disse indeciso ou não declarou o voto.

Operadores também citavam a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de se manifestar no STF (Supremo Tribunal Federal) contrário à posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

"O saldo das notícias sugere que a chance do impeachment cresceu", disse à agência de notícias Reuters o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.

Muitos operadores acreditam que uma eventual troca no governo poderia favorecer a recuperação da confiança e a retomada do crescimento. Outros, porém, dizem que as incertezas continuariam mesmo com um novo presidente.

Ações do BC

As ações do Banco Central no mercado de câmbio também influenciaram o movimento do dólar.

O BC fez novo leilão de swap reverso (equivalente à compra futura de dólares) nesta sessão, mas vendeu apenas 3.000 dos 11,5 mil contratos ofertados.

O BC também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem no mês que vem, vendendo a oferta total de até 5.500 contratos.

Alta do petróleo

No cenário internacional, o forte avanço nos preços do petróleo ajudou a puxar a cotação do dólar para baixo.

O barril do petróleo Brent, referência no mercado, e do WTI, dos Estados Unidos, tiveram alta de cerca de 6% nesta sessão, o que colaborou com o otimismo dos investidores.