Dólar fecha quase estável, a R$ 3,495, com cena política e ação do BC
O dólar comercial chegou a operar em alta de quase 2% durante o dia, mas desacelerou e fechou esta terça-feira (12) praticamente estável, com leve alta de 0,01%, cotado a R$ 3,495 na venda. Com isso, a moeda norte-americana quebrou uma sequência de duas quedas.
Na véspera, o dólar havia caído 2,83% e terminado o dia abaixo dos R$ 3,50 pela primeira vez desde 21 de agosto de 2015.
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Crise política
O dólar operou em alta durante quase todo o dia por causa da atuação do Banco Central (leia mais abaixo), mas reduziu o ritmo em meio à perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Nesta tarde, a bancada do PP na Câmara decidiu anunciar seu desembarque da base aliada do governo e o apoio ao processo de impeachment de Dilma. O gesto representa novo revés para o Planalto e amplia a sensação de que a presidente vem ficando cada vez mais isolada.
Na noite passada, a comissão especial do impeachment aprovou o parecer favorável à abertura do processo contra Dilma. O plenário da Câmara dos Deputados deve votar a matéria no próximo domingo (17).
Muitos investidores acreditam que, sem Dilma no poder, o ambiente político deve melhorar e, assim, ajudar na recuperação da atividade econômica. Outros, no entanto, afirmam que as dificuldades permaneceriam mesmo em caso de troca no governo.
Atuação do BC
O Banco Central aumentou sua atuação no mercado de câmbio nesta sessão diante da forte queda do dólar. Só nas duas últimas sessões, a moeda havia caído 5,39%.
O BC realizou quatro leilões de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, algo pouco comum. As ações surtiram efeito e levaram a moeda norte-americana para cima durante o dia, mas a forte alta não se sustentou.
"[O dólar] caiu muito ontem e o BC veio forte hoje", afirmou à agência de notícias Reuters o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel.
Diferente do que vinha fazendo em outras sessões, o BC não realizou hoje leilão de rolagem dos swaps cambiais tradicionais (oposto do swap reverso, equivalente à venda futura de dólares) que vencem em maio. Quando realizada, a venda dos swaps tradicionais tende a baixar o preço do dólar.
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