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S&P e Fitch cortam nota do Reino Unido após decisão por saída da UE

Do UOL, em São Paulo

27/06/2016 18h09

As agências de classificação de risco Standard & Poor's e Fitch cortaram nesta segunda-feira (27) a nota do Reino Unido, após os britânicos votarem pela saída da União Europeia (UE) na semana passada.

A S&P cortou a nota em dois degraus, para "AA" ante "AAA", e alertou que pode reduzi-la ainda mais. A S&P era a única das principais agências de classificação de risco que mantinha a classificação máxima (AAA) para o Reino Unido.

A Fitch rebaixou a nota de crédito do Reino Unido para "AA", ante "AA+", e informou que a perspectiva é negativa, o que significa que pode voltar a cortar a classificação.

Posicionamento S&P

Em comunicado, a S&P disse: "Em nossa opinião, este resultado (da consulta popular) é um evento fundamental que levará a um marco político menos previsível, estável e efetivo no Reino Unido".

A perspectiva negativa reflete o risco futuro das "perspectivas econômicas" britânicas, assim como "o papel da libra esterlina como moeda de reserva", acrescentou a S&P.

 

Os analistas da agência consideram que a saída do Reino Unido do bloco comunitário pode piorar as condições de financiamento externo para o Reino Unido, que tem uma necessidade "extremamente elevada" desse financiamento.

Os efeitos do referendo da última quinta-feira afetarão o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) britânico, assim como seu balanço fiscal e o equilíbrio entre suas exportações e importações, segundo a S&P.

A agência ressaltou, além disso, os "problemas constitucionais para o conjunto do país" que podem ser gerados devido ao fato de que na Escócia e na Irlanda do Norte tenha ganhado no referendo o voto pelo "Bremain" (permanência na União Europeia).

"O resultado do 'Brexit' pode levar a uma deterioração do desempenho econômico do Reino Unido, incluindo o de seu amplo setor de serviços financeiros, que representa a maior contribuição para os empregos e as contas públicas", disse a S&P.

"Poderia também iniciar uma crise constitucional, se levar a um segundo referendo sobre a independência da Escócia", acrescenta a nota.

Confiança e investimento

Para os analistas da agência S&P, a "falta de clareza nesses assuntos chave" vai "minar a confiança e o investimento" no Reino Unido.

A libra esterlina, que na sexta-feira caiu mais de 8% após o anúncio do resultado da consulta, voltou a cair hoje em relação ao dólar, desta vez 2,98%.

Para tentar transmitir uma mensagem de confiança, o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, se pronunciou hoje pela primeira vez após a votação, para garantir que o Reino Unido está em uma posição de "força" para enfrentar os desafios do "Brexit".

Para o ministro, as medidas de ajuste tomadas pelo governo nos últimos anos permitiram que as contas britânicas sejam "fortes" e "estáveis".

(Com agências de notícia)

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