Dólar sobe 2% na semana e bate recorde em quase 11 meses, com China e Lula
O dólar comercial fechou esta sexta-feira (6) em alta de 0,78%, cotado a R$ 3,368 na venda. Foi a terceira sessão seguida em que a moeda norte-americana atinge o maior valor em quase 11 meses: em 18 de maio de 2017 valia R$ 3,389. Com isso, o dólar termina a semana com valorização de 2,06%.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou queda de 0,46%, a 84.820,42 pontos. Na semana, o índice perdeu 0,64%. Na véspera, o dólar havia fechado praticamente estável, como leve alta de 0,04%, e Bolsa subido 1,01%.
A sessão desta sexta-feira foi influenciada pela ordem de prisão contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo aumento nas tensões comerciais envolvendo Estados Unidos e China e pela expectativa em relação aos juros norte-americanos.
Eletrobras despenca
Entre os destaques da Bolsa, as ações da Eletrobras despencaram 9,17%, na maior queda do dia. As saídas do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e do secretário-executivo da pasta, Paulo Pedrosa, podem atrapalhar os planos de privatização da companhia, segundo analistas.
As ações do Banco do Brasil (-1,31%), da mineradora Vale (-1,18%) e do Bradesco (-0,31%) também fecharam em baixa. Por outro lado, os papéis da Petrobras (+1,03% e +0,61%) e do Itaú Unibanco (+0,49%) registraram alta. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.
Moro manda prender Lula
No final da tarde de quinta-feira (5), o juiz federal Sérgio Moro decretou ordem de prisão contra o ex-presidente Lula, condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá.
Lula, visto por investidores como menos comprometido com as contas públicas, lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais deste ano e, mesmo que não concorra, pode atuar como forte cabo eleitoral de outro candidato.
Tensão comercial
Um porta-voz do Ministério do Comércio da China afirmou nesta sexta-feira que o país "não vai hesitar em pagar qualquer preço" para defender seus interesses se os Estados Unidos adotarem novas tarifas contra produtos chineses.
Na véspera, a gestão Donald Trump anunciou que vai avaliar se impõe taxação a mais US$ 100 bilhões em importados da China. O valor poderá se somar aos US$ 50 bilhões anunciados no início da semana.
Juros nos EUA
Em discurso nesta sexta-feira, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell, indicou que alta dos juros no país deve seguir de maneira gradual para manter a inflação sob controle.
Juros maiores nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em outras economias, como a brasileira. Com isso, a tendência seria o dólar subir por aqui.
(Com Reuters)
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