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Dólar fecha acima de R$ 3,50 pela 1ª vez em quase dois anos

Do UOL, em São Paulo

30/04/2018 17h08Atualizada em 30/04/2018 18h39

O dólar comercial fechou esta segunda-feira (30) em alta de 1,20%, cotado a R$ 3,504 na venda, após duas baixas seguidas. É o maior valor de fechamento desde 3 de junho de 2016 (R$ 3,525) e a primeira vez deste então que a moeda passa de R$ 3,50.

Em abril, a moeda norte-americana teve valorização de 6,16%, a maior desde novembro de 2016 (+6,18%) --mês da eleição de Donald Trump nos EUA. Foi o terceiro mês seguido de alta do dólar, que já acumula avanço de 5,71% neste ano.

Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 0,38% no dia, aos 86.115,50 pontos, mas encerrou o mês com ganho acumulado de 0,88%.

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Juros nos EUA e eleições no Brasil

O dia foi de poucos negócios devido à véspera do feriado no Brasil. 

Investidores estavam cautelosos à espera da decisão do banco central dos EUA (Federal Reserve, ou Fed), prevista para quarta-feira (2). As expectativas são de que o Fed mantenha suas taxas, mas os investidores vão ficar de olho no comunicado para mais sinalizações sobre seus próximos passos. Juros maiores nos EUA podem atrair para lá recursos aplicados hoje em mercados considerados de maior risco, como o Brasil.

Além da pressão externa, as incertezas com o quadro eleitoral vieram à tona nas últimas semanas, mesmo com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O vácuo eleitoral deixado pelo petista não foi ocupado pelos candidatos mais alinhados à agenda de reformas, como gostariam os profissionais de mercado. Enquanto isso, nomes menos tradicionais da política ganham projeção na corrida presidencial.

Uma das principais dúvidas é a capacidade de o futuro presidente, seja quem for, levar adiante o ajuste das contas públicas. Agentes financeiros veem com bons olhos alguns nomes que encabeçariam a equipe econômica, mas ainda questionam o poder de articulação com o Congresso. "Um ministro da Fazenda sozinho não faz um governo, nem uma pauta econômica, é preciso ter nomes que saibam lidar com os parlamentares, e ninguém ainda demonstrou ter esse controle", disse um economista.

(Com Reuters e Valor)