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Dólar sobe 1,2% e fecha a R$ 4,196, maior valor desde criação do Plano Real

Do UOL, em São Paulo

13/09/2018 17h02Atualizada em 13/09/2018 18h23

O dólar comercial fechou em alta de 1,21% nesta quinta-feira (13), cotado a R$ 4,196 na venda. Com isso, o dólar atinge um valor recorde de fechamento desde a criação do Plano Real, em 1994, batendo a máxima registrada em 21 de janeiro de 2016, quando havia terminado o dia em R$ 4,166. Neste mês, até agora, o dólar já subiu 3,03% ante o real.

Isso não significa necessariamente que o dólar quebrou o patamar de 2002, época da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quando se atualizam os valores pela correção da inflação oficial tanto nos EUA como no Brasil, o dólar precisaria valer hoje acima de R$ 10,46 para quebrar esse patamar, de acordo com cálculos fornecidos pela consultoria Economatica.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 0,58%, a 74.686,67 pontos.

Os investidores retomaram a cautela diante da cena eleitoral brasileira indefinida, a poucas semanas do pleito. Resultados de pesquisas eleitorais, notícias e boatos sobre candidatos deixam o mercado financeiro agitado, favorecendo a especulação na Bolsa de Valores e no câmbio.

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Dólar para turista a R$ 4,42

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Em São Paulo, o valor chegou a R$ 4,42 no fim do dia, com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incluso, segundo o site MelhorCâmbio.com, em consulta feita às 17h20.

Esse valor é para compra em dinheiro. Se for no cartão pré-pago, chega a R$ 4,65, por causa de outras taxas.

Cautela com eleições

"Dúvidas sobre a saúde de Bolsonaro e a expectativa com o Datafolha de amanhã redobraram a cautela dos agentes", comentou um operador de câmbio de uma gestora local, à agência de notícias Reuters.

Na noite passada, o líder das pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro (PSL), passou por uma nova cirurgia, e seu retorno à campanha pode ser afetado.

Os investidores temem que um candidato que considerem menos comprometido com o ajuste das contas públicas ganhe a disputa pela Presidência em outubro.

O mercado aguardava ainda novas pesquisas de intenção de votos, com destaque para o Datafolha, na sexta-feira, que deve ser divulgado após o fechamento dos mercados. Os dados para esse levantamento estão sendo colhidos nesta quinta-feira.

Na contramão do exterior

Com o nervosismo eleitoral, o mercado brasileiro acabou fechando na contramão do exterior, que teve dia de busca pelo risco, após a Turquia elevar os juros e os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos não reforçarem apostas de aumento mais intenso de juros no país. Juros elevados nos EUA podem atrair para lá recursos aplicados em outros países, como o Brasil.

Na véspera, os Estados Unidos convidaram os chineses para retomar as conversas comerciais, no momento em que Washington se preparava para intensificar a guerra comercial entre os dois países, impondo mais tarifas sobre importações da China.

Atuação do BC

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 4,360 bilhões do total de US$ 9,801 bilhões que vencem em outubro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

(Com Reuters)

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