Dólar sobe, Bolsa cai mais de 2% e Eletrobras tomba 7% de olho em eleição
O dólar comercial operava em alta nesta quarta-feira (10), após três quedas seguidas, e a Bolsa tinha queda acentuada. Por volta das 16h10, o dólar subia 1,28%, a R$ 3,758 na venda. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, perdia 2,44%, a 83.985,32 pontos. A queda era puxada principalmente pelo tombo das ações de estatais, como Eletrobras (-7,43%) e Petrobras (-2,95%).
Segundo analistas, trata-se de um movimento de correção, após o dólar ter caído e a Bolsa subido bastante recentemente. Soma-se a isso a inquietação dos investidores após declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre privatizações e reformas (leia mais abaixo). O mercado espera, ainda, a pesquisa Datafolha de intenção de votos para o segundo turno da eleição, que deve ser divulgada na noite desta quarta. O cenário externo também estava menos favorável.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 1,47%, a R$ 3,711 na venda, menor valor desde 3 de agosto, enquanto a Bolsa ficou estável, a 86.087,55 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.
Leia também:
- Onde investir após 1º turno? Veja dicas de analista
- Eleição: boatos são usados para especulador ganhar com Bolsa e dólar
- Por que o dólar que eu compro é mais caro que o divulgado na mídia?
Expectativa sobre privatizações afeta estatais
Até terça-feira (9), as ações das estatais haviam disparado na Bolsa com a expectativa de um novo governo favorável a privatizações e reformas econômicas. Porém, algumas declarações recentes colocaram essa expectativa em xeque.
Em entrevista na noite de terça, Bolsonaro disse ser contra a privatização no setor de geração de energia elétrica e disse estar preocupado com a venda de negócios de energia no Brasil para a China. O candidato disse também que o "miolo" da Petrobras não pode ser vendido e que a empresa não pode "usar do monopólio para tirar o lucro que bem entende".
O candidato também falou a jornalistas sobre a reforma da Previdência, afirmando que a atual proposta do presidente Michel Temer dificilmente será aprovada. O deputado reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado para assumir o Ministério da Casa Civil em um eventual governo Bolsonaro, disse que o presidenciável, se eleito, não vai apoiar a proposta de reforma da Previdência de Temer.
O projeto é considerado pelo mercado como essencial para equilibrar as contas públicas. Na avaliação do mercado, as declarações do candidato do PSL vão na contramão da visão de seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes. A preferência do mercado por Bolsonaro é justamente apoiada em Guedes, com a expectativa de que eles imponham uma agenda de reformas, corte de gastos e ajuste fiscal.
"Desta forma, ele se coloca numa posição de antagonismo à de seu assessor econômico, que é mais agressivo (no que se refere à reforma da Previdência)", disse à agência de notícias Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Cautela com pesquisa e Paulo Guedes investigado
Após a euforia com a votação expressiva de Bolsonaro (PSL) no primeiro turno (46,03% dos votos válidos, contra 29,28% de Haddad), o mercado ainda aguarda a divulgação da primeira pesquisa de intenção de votos para o segundo turno. Os números do Datafolha devem sair nesta quarta-feira à noite.
Além da entrevista de Bolsonaro, outras notícias envolvendo o candidato do PSL estão no radar dos investidores. Reportagem da "Folha" aponta que o economista Paulo Guedes, que comanda o programa econômico de Bolsonaro, está sob investigação do Ministério Público Federal em Brasília suspeito de associar-se a executivos ligados a PT e MDB para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais.
Atuação do BC
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7.700 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 3,08 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
(Com Reuters)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.