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Após bater recorde, Bolsa cai 1,3%; dólar fecha em alta, a R$ 3,859

Do UOL, em São Paulo

04/12/2018 17h08Atualizada em 04/12/2018 18h40

Ibovespa, principal índice da Bolsa, fechou esta terça-feira (4) em queda de 1,33%, a 88.624,45 pontos, após atingir na véspera sua maior pontuação de fechamento na história (89.820,09 pontos). 

O dólar comercial fechou em alta de 0,44%, cotado a R$ 3,859 na venda, após duas quedas seguidas. É o maior valor de fechamento em uma semana, desde 27 de novembro (R$ 3,877). Na segunda-feira (3), a moeda norte-americana caiu 0,35%, a R$ 3,842.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

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Petrobras, Vale, Ambev e bancos caem

O resultado desta terça foi puxado pelo desempenho negativo de empresas que têm forte peso no Ibovespa. Caíram as ações da Petrobras (-2,31%), da Vale (-2,27%), dos bancos Banco do Brasil (-1%), Bradesco (-0,26%) e Itaú Unibanco (-0,11%) e da fabricante de bebidas Ambev (-0,54%).

A maior queda do dia foi a da empresa de papel e celulose Suzano, que perdeu 4,69%.

Preocupações com a economia dos EUA

Preocupações com uma possível desaceleração da economia dos Estados Unidos marcaram a sessão desta terça. As expectativas de que os negócios e o consumo no país possam cair nos próximos meses estimularam as compras dos Treasuries, os títulos do governo norte-americano, de longo prazo. A busca pelos títulos fez o retorno do papel de dez anos cair ao nível mais baixo desde meados de setembro.

"A queda abrupta nos juros de dez anos nos Estados Unidos está preocupando o mercado, o que faz pensar que a questão de risco está motivando uma corrida para o dólar", disse o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito, à agência de notícias Reuters.

Investidores também acompanhavam o mercado internacional com ceticismo em relação à possibilidade de um avanço nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. 

No final de semana, os presidentes dos dois países concordaram em uma trégua na disputa comercial, suspendendo novas tarifas comerciais por 90 dias. Mas a Casa Branca divulgou datas diferentes para o início da trégua, e o mercado tem dúvidas sobre o quanto esse período será útil para se chegar de fato a um acordo. 

Cenário interno

No Brasil, o mercado monitora o noticiário político, ainda à espera de um acordo sobre a cessão onerosa do pré-sal. A aprovação permitirá leilão bilionário que ajudará o novo governo no ajuste das contas públicas.

A reforma da Previdência, principal aposta para esse ajuste, terá de ser negociada sob o governo Bolsonaro. As declarações do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, nesse sentido, mantêm o mercado em alerta. Onyx disse que o próximo governo não quer uma reforma apressada, embora a expectativa seja aprová-la no primeiro ano.

Atuação do BC

O Banco Central realizou nesta sessão leilão de 13,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de janeiro, no total de US$ 10,373 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la nas próximas três semanas, como previu o BC em nota, terá feito a rolagem integral.

(Com Reuters)