Dólar opera em alta e é vendido perto de R$ 4; Bolsa cai
O dólar comercial operava em alta, e a Bolsa caía. Por volta das 15h40, a moeda norte-americana tinha alta de 0,31%, a R$ 3,988 na venda, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrava baixa de 0,62%, a 91.522,66 pontos.
O valor da moeda divulgada diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.
Prévia do PIB em queda
Em meio às tensões comerciais entre EUA e China, que têm afetado Bolsas de todo o mundo, dados fracos sobre a economia brasileira colaboraram para o desempenho ruim dos principais indicadores financeiros do país no dia.
Divulgado pelo Banco Central pela manhã, O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto), apontou para uma queda no primeiro trimestre do ano, com recuo de 0,68% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Manifestações contra o governo
O mercado segue também monitorando o noticiário político em dia marcado por manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro devido a cortes nas verbas das universidades públicas. Parlamentares da oposição e do centrão conseguiram aprovar uma convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que deverá ir à Câmara para dar explicações sobre o assunto.
"Toda a história com o ministro da Educação, com a possibilidade de greve por conta do corte no MEC e a decisão unânime da Câmara em chamá-lo sugere mais um ponto de fraqueza do governo", afirmou à agência de notícias Reuters a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
Bolsonaro e alguns de seus ministros, incluindo o da Economia, Paulo Guedes, viajam aos Estados Unidos nesta quarta-feira.
Cenário externo pesa sobre mercados
O dólar abriu em alta e chegou a passar dos R$ 4 pela manhã após dados que mostraram uma queda inesperada de 0,2% nas vendas do comércio nos Estados Unidos em abril. A moeda já vinha sendo impulsionada por dados que apontaram crescimento abaixo do esperado das vendas no varejo e na produção industrial da China no mês passado.
No entanto, a expectativa de que o governo chinês atuará com novas medidas de estímulo, pressionado também pela guerra comercial com os EUA, traz certo alívio e, se confirmadas tais medidas, podem beneficiar ações e moedas emergentes, como o real.
A disputa comercial ainda permanece no radar, mas fica em segundo plano após o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que as negociações com a China ainda não entraram em colapso.
As tensões comerciais entre os dois países aumentaram na última semana, após os EUA aumentarem taxas que incidem sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Em resposta, a China anunciou que deve aplicar tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos norte-americanos a partir de 1º de junho.
Atuação do BC
O Banco Central vendeu nesta sessão 5.050 swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho.
Em dez operações neste mês, o BC já rolou US$ 2,525 bilhões, de total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.
(Com Reuters)
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