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Bolsa cai 12% após parada temporária; dólar opera em alta, perto de R$ 4,75

Do UOL, em São Paulo

11/03/2020 09h21Atualizada em 11/03/2020 17h57

A Bolsa brasileira teve as negociações suspensas temporariamente nesta tarde, na segunda vez na semana. As ações despencavam mais de 10%, diante de temores globais com o novo coronavírus, agora classificado como pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Ao voltar a operar, registrava queda de quase 12%.

Por volta das 15h15, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira atingiu queda de 10,11%, o que acionou o "circuit breaker", mecanismo automático que interrompe os negócios por 30 minutos quando há uma queda de mais de 10% (leia mais abaixo). As ações da Petrobras puxavam o índice, com queda de quase 13%. Por volta das 16h10, a Bolsa caía 12,06%, a 81.097,50 pontos, e as ações da Petrobras perdiam mais de 14%.

Para uma nova interrupção dos negócios, é preciso uma queda de mais de 15% da Bolsa.

O "circuit breaker" também foi acionado na Bolsa brasileira na segunda-feira, pela primeira vez desde 2017, em um dia de caos nos mercados mundiais. Houve quedas generalizadas nas Bolsas, após um tombo no preço dos petróleo se somar às preocupações com o coronavírus.

As Bolsas dos Estados Unidos também operam em forte queda hoje, e as da Europa fecharam com desvalorização, aos níveis mais baixos em mais de um ano.

Dólar opera em alta de quase 2%

Também por volta das 16h10 desta quarta-feira, o dólar comercial subia 2,28%, a R$ 4,752 na venda.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Pandemia de coronavírus

Em todo o mundo, investidores acompanham com preocupação a rápida expansão do surto de coronavírus e seus impactos na economia. A OMS declarou hoje uma pandemia do coronavírus, o que significa que há uma transmissão recorrente em diferentes partes do mundo e de forma simultânea.

"Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e severidade e com os níveis alarmantes de inação. Por isso, avaliamos que a covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

No Brasil, o Ministério da Saúde informou hoje um aumento no número de casos. Agora, são 37 infectados e 876 casos suspeitos.

Ações de governos contra efeitos do vírus

O coronavírus já forçou vários governos e bancos centrais a anunciarem medidas de emergência para evitar que a doença leve a uma nova recessão econômica, mas ainda permanecem dúvidas sobre sua eficiência.

Enquanto as autoridades norte-americanas procuram maneiras de lidar com o surto de coronavírus, o governo do presidente Donald Trump está considerando cortar impostos, candidatos presidenciais democratas estão cancelando eventos e o governador do Estado de Nova York está dizendo que o governo federal "tropeçou no trabalho".

"A discussão se volta agora para o cronograma de implementação desse pacote —quando e quanto será de fato implementado, e se outros países seguirão esses passos e aplicarão estímulos para apoiar a economia", disse em nota a XP Investimentos.

Havia expectativas de que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciaria "importantes" medidas de incentivo, mas não houve anúncios.

O que é "circuit breaker"

A interrupção dos negócios, chamada de "circuit breaker", é um mecanismo adotado no mundo todo e serve para garantir proteção quando há grande instabilidade em momentos atípicos do mercado.

Aqui no Brasil, quando a queda da Bolsa atinge 10%, ela é paralisada por 30 minutos. Passado esse intervalo, os negócios são reabertos e o limite de queda passa a ser de 15%. Se a baixa chegar a 15%, a Bolsa para novamente, agora por uma hora. Após esse período, as operações são retomadas e o limite de baixa aumenta para 20%. Se o Ibovespa cai 20%, os mercados podem ser interrompidos por qualquer prazo definido pela Bolsa de Valores.

Atuação do Banco Central

O Banco Central segue intervindo nos mercados de câmbio, mas deixou de vender dólar à vista, como havia feito na segunda e na terça. Hoje, o BC vendeu 20 mil contratos de swap tradicional com vencimentos em agosto, outubro e dezembro de 2020.

O BC, na véspera, vendeu US$ 2 bilhões à vista, o que ajudou a moeda a fechar em queda.

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