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Bolsa opera em alta de quase 4%; dólar cai, vendido abaixo de R$ 5,11

Do UOL, em São Paulo

19/03/2020 09h12Atualizada em 25/03/2020 17h54

Depois de passar toda a manhã em baixa, a Bolsa passou a subir na tarde desta quinta-feira, acompanhando o cenário mais positivo nos mercados nos Estados Unidos. Por volta das 16h30, o Ibovespa subia 3,61%, a 69.312,71 pontos. Na véspera, a Bolsa despencou mais de 10% e chegou a ser interrompida, no sexto "circuit breaker" em dez dias.

No mesmo horário, o dólar comercial recuava 1,77%, a R$ 5,106 na venda. Ontem, o dólar fechou em alta de 3,94%, a R$ 5,199 na venda, mesmo com a atuação do Banco Central. Foi o maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Ações dos países não animam mercado

No exterior, as Bolsas dos EUA subiam, apesar de preocupações com uma eventual recessão econômica em razão das medidas para conter a propagação da Covid-19.

"Os mercados continuam a contrabalançar as incertezas da profundidade e duração das atuais interrupções nos negócios e medidas de estímulo que estão sendo adotadas pelos formuladores de políticas", afirmou a equipe do Goldman Sachs, em nota.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pediu à agência responsável por alimentos e medicamentos dos EUA, a FDA, que agilize os processos para acelerar o desenvolvimento de tratamentos para a Covid-19. "Temos que remover todas as barreiras", disse ele.

Na ação mais recente para estabilizar os mercados financeiros em pânico, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), abriu linhas de swap com bancos centrais em mais nove países, entre eles o Brasil, para garantir que o sistema financeiro mundial dependente do dólar continue funcionando.

No Brasil, corte de juros e medidas de emergência

O Banco Central brasileiro informou que não existe contrapartida à linha de swap de US$ 60 bilhões com o BC norte-americano e que ela será usada para incrementar os fundos disponíveis para as operações que tentam disponibilizar mais dólares no mercado e conter o avanço da moeda norte-americana.

Mais cedo, o governo mandou fechar fronteiras terrestres com Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Suriname para o ingresso de estrangeiros, por 15 dias, devido ao crescimento da epidemia de coronavírus.

O mercado nacional também repercute a decisão do BC de cortar a Selic em 0,5 ponto, para 3,75%, menor nível da história. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) segue a tendência mundial de reduzir juros para tentar estimular a circulação de dinheiro na economia.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira o pedido de reconhecimento de calamidade pública enviado pelo governo em função da epidemia do coronavírus. A matéria agora vai ao Senado. Se confirmada, a aprovação dá mais fôlego para medidas anticrise, pois libera o governo para descumprir a meta de déficit primário.

Também ontem, o plenário da Câmara aprovou a Medida Provisória (MP) 899/2019, que trata da negociação de dívidas tributárias. A expectativa do governo é regularizar a situação de 1,9 milhão de contribuintes, que devem R$ 1,4 trilhão nessa modalidade. A matéria também segue para análise do Senado.

(Com Reuters)

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