Dólar sobe 0,71%, passa de R$ 5,86 e bate novo recorde; Bolsa cai 1,51%
O dólar comercial fechou em alta de 0,71%, vendido a R$ 5,866. Foi o segundo avanço seguido. Com o resultado, a moeda bateu novamente o recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real. No ano, o dólar acumula alta de 46,17%.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu pelo segundo dia seguido, com recuo de 1,51%, a 77.871,95 pontos. No ano, a perda chega a 32,66%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Corte de juros ainda repercute
Na última reunião de política monetária, o BC cortou a taxa básica de juros (Selic) para nova mínima histórica de 3%, medida que elevou a pressão sobre o real, que já sofre em meio a cenário econômico instável e política local incerta. Apesar disso, analistas afirmam que a medida teve impacto limitado sobre os movimentos do câmbio.
"Internamente, o mercado olhou para a ata do Copom e não viu nenhuma novidade. Tudo estava precificado, até mesmo sinalização de outro corte de juros", disse Jefferson Laatus.
O Banco Central destacou que vê queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre, segundo ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Preço do petróleo
"O dia amanheceu meio tenso, mas o que virou o mercado [global] foi o anúncio da Rússia sobre corte na produção de petróleo, seguindo a linha da Arábia Saudita", disse à agência de notícias Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus. "Isso impulsiona o petróleo e tira a pressão [de alta] do dólar no mundo."
Nesta terça-feira, uma autoridade da Rússia disse à Reuters que a principal região exploradora de petróleo do país reduzirá a produção em 15% este ano, em linha com um pacto para cortar a oferta global da matéria-prima.
Os preços do petróleo já avançavam nesta terça-feira antes mesmo da notícia, impulsionados por um inesperado comprometimento da Arábia Saudita com maiores cortes de produção em junho.
Nos mercados internacionais, acompanhando a alta do petróleo, moedas de países emergentes que exploram a matéria-prima (como lira turca, rand sul-africano e dólar australiano) subiam contra o dólar.
Política interna em pauta
A cena política também ocupa os holofotes nesta sessão, em meio a expectativas de divulgação do vídeo de uma reunião ministerial na qual, segundo o ex-ministro Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro cobrou a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro, que é apontado como possível prova da tentativa de interferência política do presidente.
Recorde do dólar não considera inflação
O recorde do dólar alcançado hoje considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.
Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.
* Com Reuters
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