Dólar opera em queda, perto de R$ 5,86, após recorde de ontem; Bolsa cai
O dólar comercial e a Bolsa de Valores operavam em queda nesta quinta-feira (14), em meio à cautela de investidores no exterior e à tensão política no Brasil. Por volta das 16h13, a moeda norte-americana recuava 0,76%, a R$ 5,856 na venda, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha leve baixa de 0,04%, a 77.739,77 pontos.
Ontem, o dólar fechou em alta de 0,61%, a R$ 5,901 na venda, maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Cautela no exterior
Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, citou em nota a clientes ansiedade dos mercados internacionais nesta sessão devido a "uma segunda onda de infecção do coronavírus em alguns países e após o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, ter se mostrado bastante cauteloso sobre a possibilidade de uma recuperação econômica rápida após a pandemia".
Na quarta-feira, o presidente do Fed disse que os EUA podem enfrentar um "período prolongado" de crescimento fraco e renda estagnada, ao mesmo tempo em que descartou o uso de juros negativos como uma ferramenta de política monetária.
Em nota, o Bradesco disse que a decepção em relação às perspectivas para a política monetária norte-americana, bem como temores em relação a tensões entre EUA e China, ajudavam a impulsionar a aversão a risco global.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que está muito decepcionado com a China, uma vez que o novo coronavírus surgiu pouco depois de os dois países fecharem a Fase 1 do acordo comercial.
Enquanto isso, em evidência do cenário sombrio para a maior economia do mundo, mais 2,981 milhões de norte-americanos fizeram pedidos de auxílio desemprego na semana passada.
Tensão política no Brasil
No Brasil, "os ruídos políticos e os riscos fiscais não dão trégua", completou Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.
Nas últimas semanas, após a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça, a política brasileira tem sido marcada pela incerteza, principalmente em meio a acusações de que o presidente Jair Bolsonaro teria cobrado uma mudança na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro por motivos pessoais.
O presidente afirma que não citou a PF durante reunião ministerial do mês passado que está no centro de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Recorde do dólar não considera inflação
O recorde do dólar alcançado hoje considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.
Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.
*Com Reuters
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