Dólar opera em queda, vendido perto de R$ 5,59; Bolsa avança mais de 1%
O dólar comercial operava em queda e a Bolsa subia nesta tarde. Por volta de 14h55, a moeda norte-americana recuava 1,74%, a R$ 5,591 na venda, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, avançava 1,72%, a 82.715,71 pontos.
Ontem, o dólar fechou em queda de 1,23%, a R$ 5,69 na venda, e o Ibovespa subiu 0,71%, a 81.319,45 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
BC sinaliza maiores intervenções
Na tarde de ontem (20), o presidente do Banco Central, Campos Neto, afirmou que a autarquia tem espaço amplo para a venda de reservas internacionais e poderá aumentar sua atuação no câmbio se considerar necessário.
Segundo analistas, a sinalização do BC ajudava a pressionar a moeda norte-americana, que havia sido negociada em alta nos primeiros minutos após a abertura diante de menor apetite por risco no exterior.
"A declaração do Campos Neto mencionou que o Banco Central tem instrumentos para atuar de maneira mais pesada na moeda", explicou Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong, dizendo que o BC pode evitar uma dinâmica excessivamente negativa do real.
Mas, segundo Serrano, a atuação da instituição daqui para frente "depende muito da dinâmica de mercado. O BC tem atuado de maneira clara: só intervém quando há movimentos exagerados".
Em meio a cenário de juros baixos, incertezas econômicas e tensões políticas domésticas, o dólar acumula alta de quase 40% contra o real no ano de 2020, e chegou a ficar a poucos centavos de superar 6 reais na semana passada. O BC fez intervenções pontuais nos mercados diante desse ambiente, mas alguns analistas dizem que foram medidas muito limitadas.
Nesta quinta-feira, o Banco Central negocia até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021 para rolagem.
EUA e China
Embora o foco continuasse no BC, os investidores também estavam atentos aos desdobramentos na retórica entre Estados Unidos e China.
Além disso, repercutem dados que mostraram nova alta nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA.
Crise política interna
No Brasil, a política segue sob os holofotes à medida que os mercados esperam a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a divulgação de vídeo de reunião que poderia comprometer o presidente Jair Bolsonaro, num momento em que a impopularidade do governo está em máximas recordes.
* Com informações da Reuters
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