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Na pior semana em 4 meses, Bolsa perde 2,84%; dólar sobe e fecha a R$ 5,333

Do UOL, em São Paulo

11/09/2020 17h14

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda nesta sexta-feira (11), pelo segundo dia seguido. O índice perdeu 0,48%, a 98.363,22 pontos, menor nível em dois meses, desde 7 de julho (97.761,04 pontos). Com o resultado, a Bolsa teve a segunda semana seguida de baixa, de 2,84%. É o maior recuo semanal em quase quatro meses, desde 15 de maio (-3,37%).

O dólar comercial emendou a segunda alta seguida, de 0,25%, e fechou esta sexta-feira (11) vendido a R$ 5,333. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,47%, após cair por duas semanas.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Alerta com inflação

No cenário doméstico, as atenções continuaram sobre a alta dos preços de alimentos, com a inflação sendo atribuída, entre outros fatores, à valorização do dólar.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira que liberou uma decisão da Secretaria de Defesa do Consumidor (Senacon) de abrir apuração para verificar se há irregularidades no preço do arroz e outros alimentos, mas reiterou que não vai interferir no mercado a fim de reduzir o valor dos produtos.

"O governo tem mostrado preocupação com o patamar do dólar e seu impacto nos preços, e isso faz o mercado parar e ver se ele vai interferir", disse à agência de notícias Reuters Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos.

"Inflação alta neste país causa preocupação, porque já sofremos demais com isso. Apesar de estarmos em outro contexto econômico, o brasileiro ainda tem medo da palavra."

Na quinta-feira, dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostraram que os preços no atacado dispararam para seu maior nível em 26 anos em setembro, levando o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) a alta de 4,41% na primeira prévia do mês.

Já a inflação oficial registrou o maior nível para agosto em quatro anos, diante da forte pressão dos alimentos e da gasolina.

Taxa básica de juros

Vários analistas passavam a enxergar pausa no ciclo de cortes na taxa básica de juros pelo Banco Central. Há expectativas crescentes de que o BC passe a elevar gradualmente a taxa Selic em 2021.

"Os juros futuros indicam juros para cima. Tudo vai depender do Copom", disse Nagem, ressaltando que uma Selic mais alta levaria alívio à moeda brasileira.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciará sua próxima decisão sobre os juros na próxima quarta-feira (16), ao fim de uma reunião de dois dias.

*Com Reuters