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Dólar cai 2,74%, a R$ 5,393, com aposta em vitória de Biden; Bolsa sobe

Análise é de que um eventual governo democrata pode ser positivo para o sentimento de risco global - Angela Weiss/AFP
Análise é de que um eventual governo democrata pode ser positivo para o sentimento de risco global Imagem: Angela Weiss/AFP

Do UOL, em São Paulo

06/11/2020 17h18Atualizada em 06/11/2020 19h02

Com investidores ainda ansiosos pelo resultado das eleições nos Estados Unidos, o dólar emendou sua terceira queda consecutiva, encerrando o dia vendido a R$ 5,393 (-2,74%). É o menor valor de fechamento desde 18 de setembro, quando a moeda norte-americana terminou a sessão cotada em R$ 5,377.

Com o forte recuo de hoje, o dólar fecha a semana em queda acumulada de 6,01%, a maior desde a registrada no período entre 1º e 5 de junho (-6,52%). No ano, porém, a moeda ainda soma valorização de 34,42% frente ao real.

Já o Ibovespa chegou hoje a sua quarta alta consecutiva, encerrando o pregão aos 100.925,11 pontos (+0,17%) e fechando a semana com valorização acumulada de 7,42%. O bom desempenho supera as perdas de 7,22% registradas na semana passada.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Aposta em Biden

A moeda norte-americana chegou a operar em alta na abertura da sessão, mas a indicação de que o candidato Joe Biden encaminhou a vitória sobre o atual presidente Donald Trump reverteu a tendência. O democrata ultrapassou o republicano na Pensilvânia, e uma vitória no estado garante a ele a eleição.

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A expectativa pela vitória de Biden "exerce pressão baixista sobre o dólar porque uma presidência do democrata poderia ser positiva para o sentimento de risco global", disse à Reuters Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos, destacando que "Biden passou Trump em estados extremamente cruciais".

Ao contrário dos polêmicos posicionamentos do atual presidente nos últimos anos à frente da Casa Branca, "o comportamento (de Biden) não é errático, volátil e imprevisível", o que poderia reduzir a busca por segurança na moeda norte-americana, acrescentou.

Os mercados mais amplos já haviam precificado que uma vitória de Biden seria positiva para mercados emergentes, principalmente devido à maior probabilidade de aprovação de estímulos fiscais e às perspectivas de uma política comercial mais aberta na maior economia do mundo.

Além disso, vários especialistas apontaram a liderança dos republicanos na corrida eleitoral pelo comando do Senado dos EUA como positiva em um cenário de provável vitória democrata na Casa Branca. Isso porque o equilíbrio no governo norte-americano evitaria a aprovação de maiores impostos ou restrições sobre as empresas do país.

Enquanto isso, no Brasil, as atenções se voltaram à saúde das contas públicas, com investidores à espera de uma indicação clara sobre se o governo respeitará ou não seu teto de gastos. A principal dúvida é sobre como um pacote de auxílio social — como o Renda Cidadã — seria financiado diante de um orçamento apertado para 2021.

Ao mesmo tempo, a agenda de reformas estruturais, considerada como essencial por boa parte dos mercados financeiros locais, segue atrasada. "Sem reformas, somos perigosamente suscetíveis ao pior do que pode acontecer no caso de qualquer crise se agravar no mundo como a atual", disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Apuração nos EUA

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta sexta-feira (6). A contagem de votos continua no estado.

(Com Reuters)

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Com o desempenho de hoje, o Ibovespa chegou a sua quarta alta consecutiva, e não terceira, como informado anteriormente. O texto foi corrigido.