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Bolsa fecha aos 122 mil pontos e bate recorde; dólar sobe 1,82%, a R$ 5,399

Eva HAMBACH / AFP
Imagem: Eva HAMBACH / AFP

Do UOL, em São Paulo

07/01/2021 17h26Atualizada em 07/01/2021 19h15

O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, encerrou as negociações em forte alta hoje (7). O índice subiu 2,76% aos 122.385,92 pontos. O resultado do fechamento é o recorde nominal (sem descontar a inflação) histórico do índice.

As ações da Suzano lideraram os ganhos na Bolsa, com 8,66% de alta. Na outra ponta, os papéis da Energisa caíram 3,63%.

Ontem (6), o índice encerrou o dia em queda de 0,23%, aos 119.100,08 pontos.

Já o dólar comercial fechou hoje (7) em alta de 1,82% ante o real, cotado a R$ 5,399 na venda, maior valor desde o dia 23 de novembro do ano passado, quando atingiu o valor de R$ 5,433.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Ontem (6), a moeda norte-americana teve alta de 0,80% na comparação com o real, cotada a R$ 5,302 na venda.

Para investidores que movimentam os mercados financeiros, o dia seguinte a invasão de apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Capitólio, sede do poder Legislativo do país, ocorreu como se nada tivesse acontecido.

A maioria das Bolsas sobe no mundo, inclusive aqui no Brasil, enquanto a moeda norte-americana se valoriza em relação a muitas moedas, incluindo o real.

Segundo profissionais de mercado, o comportamento dos ativos mostra que os investidores consideram Donald Trump um governante em fim de mandato e sem qualquer poder para influenciar os rumos da economia, ou seja, dos juros, das moedas, dos gastos do governo americano, de tratados comerciais ou de qualquer outro fator que influencie a vida financeira de empresas, trabalhadores e consumidores.

"A explicação vem do pragmatismo e da frieza do mercado financeiro, onde o gravíssimo problema nada fez na realidade para mudar as expectativas em torno das políticas econômicas no curto prazo", disse Jason Vieira, economista-chefe da gestora de recursos Infinity Asset.

As disputas políticas brasileiras também parecem não afetar o bom humor dos agentes do mercado. Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira que o presidente Jair Bolsonaro supera os "delírios e devaneios" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sugeriu que os partidos acionem à Justiça para que o chefe do Executivo explique as alegações —sem provas— de que houve fraude na eleição que venceu em 2018.

"A frase do presidente Bolsonaro é um ataque direto e gravíssimo ao TSE e seus juízes. Os partidos políticos deveriam acionar a Justiça para que o presidente se explique. Bolsonaro consegue superar os delírios e os devaneios de Trump", disse Maia em sua conta no Twitter, segundo informou a Reuters.

Maia fez seu comentário em cima de uma reportagem que citava as declarações por Bolsonaro feitas a apoiadores de que teria havido fraude nas eleições para presidente dos Estados Unidos — autoridades daquele país descartaram tais afirmações.

(Com Reuters)