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Bolsa cai 2,95% e atinge menor patamar desde dezembro; dólar sobe 1,72%

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

25/02/2021 17h24Atualizada em 25/02/2021 18h55

O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda hoje (25), após abrir em alta. O índice teve desvalorização de 2,95% aos 112.256,36 pontos, no menor patamar desde o dia 2 de dezembro do ano passado, quando alcançou 111.878,53 pontos.

As ações da Petrobras voltaram a cair. Os papéis preferenciais da estatal, que são os mais negociados, caíram 4,96% no dia, enquanto as ações ordinárias, com direito a voto, tiveram perda de 3,87%.

Ontem (25), o índice teve valorização de 0,38% aos 115.667,78 pontos.

Já o dólar comercial fechou hoje (25) em alta de 1,72% ante o real, cotado a R$ 5,514 na venda, após dois dias seguidos de queda. É o maior patamar da moeda desde 5 de novembro do ano passado, quando atingiu R$ 5,545.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Ontem (24), a moeda norte-americana fechou em queda de 0,39% ante o real, cotado a R$ 5,421 na venda.

Os investidores decidiram reduzir a exposição a ativos de risco, influenciando na alta do dólar ante o real e na queda da Bolsa.

"Mais uma vez, o foco está nos movimentos das curvas dos títulos dos EUA", disse Mohamed A. El-Erian, conselheiro econômico da Allianz e ex-CEO da Pimco à Reuters, lembrando que a liquidação nos bônus ocorria mesmo depois de dois dias de falas do presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, o qual assegurou que os juros ficarão baixos até que a inflação volte.

O valor do título dos EUA de dez anos —referência para os custos globais de empréstimos— se aproximou de 1,50% nesta sessão, o maior em um ano.

Aumentos de juros de títulos reduzem a atratividade de ativos mais arriscados, como moedas emergentes e ações, uma vez que pioram a relação risco/retorno de manter ativos arriscados em carteira, enquanto melhora os retornos de um ativo considerado risco de base do mercado (os títulos do Tesouro dos EUA).

Além disso, o mercado acompanhava ainda o noticiário econômico local. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), confirmou nesta quinta-feira que a votação da chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial ocorrerá apenas na próxima quarta-feira.

Pacheco manifestou a expectativa de votar a PEC em dois turnos no mesmo dia. Mas ainda não há acordo para quebrar o intervalo regimental entre as duas rodadas de votação.

Já o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, disse hoje acreditar que o Congresso Nacional aprovará uma nova rodada de concessão do auxílio emergencial à população mais vulnerável de forma simultânea com contrapartidas instituídas pela PEC Emergencial.

"Eu sei que o Congresso vai fazer a coisa certa e consegue enxergar isso, que é fundamental andar com as duas coisas concomitantemente", afirmou Funchal em coletiva de imprensa virtual para comentar o resultado do Tesouro Nacional para o mês de janeiro. A versão da PEC Emergencial que irá à votação no Senado institui a chamada cláusula de calamidade e prevê gatilhos para a contenção de despesas.

(Com Reuters)