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Dólar tem maior alta em mais de 1 mês, a R$ 5,045; Bolsa emenda 3ª queda

Com a alta de 1,45%, o dólar chegou a R$ 5,045, o maior valor em quase duas semanas, desde 18/06 - Getty Images/iStockphoto
Com a alta de 1,45%, o dólar chegou a R$ 5,045, o maior valor em quase duas semanas, desde 18/06 Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

01/07/2021 17h21Atualizada em 01/07/2021 18h10

O dólar comercial emendou hoje a terceira alta seguida, de 1,45%, e fechou a R$ 5,045 na venda. É o maior valor em quase duas semanas, desde 18 de junho, quando a moeda norte-americana terminou o dia em R$ 5,069. A alta de hoje foi a maior em mais de um mês, desde 12 de maio (+1,47%). O dólar ficou abaixo de R$ 5 em sete sessões seguidas, entre 22 e 30 de junho. Neste período, chegou a alcançar sua mínima de 2021 — R$ 4,905.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou à terceira queda seguida e voltou ao patamar dos 125 mil pontos. A baixa de hoje, de 0,9%, levou a Bolsa aos 125.666,19 pontos —menor patamar desde 28 de maio (125.561,37 pontos).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Mercado espera dados sobre economia dos EUA

O desempenho do dólar hoje acompanha a alta da moeda no exterior, com investidores ansiosos antes da divulgação de importantes dados do emprego nos Estados Unidos, prevista para amanhã. Isso porque o mercado busca pistas sobre o futuro da política de juros no país, que deve depender, ao menos parcialmente, desses números.

Existe expectativa de aumento de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano), para controlar a inflação. Juros mais altos nos EUA tendem a atrair para lá recursos investidos em outros países, como o Brasil.

CPI da Covid

Paralelamente, mas em menor medida, o mercado seguiu acompanhando o noticiário político doméstico, que esquentou nesta semana com as recentes denúncias sobre supostas irregularidades em negociações para compra de vacinas pelo governo. O tema passou a ser central na CPI da Covid, outro ponto de atenção dos investidores.

Hoje, a comissão ouviu Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply. Ele foi convocado para esclarecer a acusação feita, em entrevista à Folha de S.Paulo, sobre uma suposta cobrança de propina por Roberto Ferreira Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde, durante uma negociação para compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

"Evidentemente, os burburinhos políticos aquecidos ajudam os traders na promoção momentânea e oportuna de maior volatilidade e até apreciação do preço da moeda americana, mas ainda consideramos que este seja um fator absolutamente pontual", escreveu à Reuters Sidnei Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora.

O Brasil tem desafios e perturbações grandiosas no momento, mas gradualmente (...) vai voltando a sua velha tradição e pode se tornar, outra vez, o 'oásis' do capital estrangeiro especulativo, pois a elevação do juro [pelo Banco Central] é fator imponderável e inevitável, à medida que a inflação ganha transparência dia após dia.
Sidnei Nehme, da NGO Corretora

(Com Reuters)