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Dólar tem maior alta semanal em 3 meses e vai a R$ 5,053; Bolsa também sobe

Alta de 0,16% registrada hoje pelo dólar é também a 4ª consecutiva, o que não acontecia desde março - NurPhoto via Getty Images
Alta de 0,16% registrada hoje pelo dólar é também a 4ª consecutiva, o que não acontecia desde março Imagem: NurPhoto via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

02/07/2021 17h22Atualizada em 02/07/2021 18h24

O dólar comercial emendou a quarta alta seguida hoje, de 0,16%, e fechou a R$ 5,053 na venda, encerrando a semana com valorização de 2,34%. É a maior alta semanal em mais de três meses, desde a semana de 26 de março (+4,67%). É o maior valor de fechamento em duas semanas, desde 18 de junho (R$ 5,069).

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, interrompeu uma série de três quedas e subiu 1,56% no dia, a maior alta diária em um mês, desde 1º de junho (1,63%). Na semana, o índice subiu 0,29%, após três semanas de recuo.

Em 2021, dólar e Ibovespa vão seguindo caminhos opostos: enquanto a moeda americana acumula perdas de 2,61% frente ao real, o indicador subiu 7,23% desde o início do ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Reação aos EUA

O movimento do dólar hoje foi pautado pela divulgação de importantes dados do emprego nos Estados Unidos. Pela manhã, o departamento de trabalho dos EUA informou que foram criadas 850 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em junho, resultado acima da expectativa dos mercados. Já a taxa de desemprego subiu para 5,9%, um pouco acima do esperado por economistas consultados pela Reuters (5,7%).

"A criação de vagas veio bem acima do esperado [700 mil], só que alguns outros pontos, como a taxa de desemprego e o salário médio dos trabalhadores, deixam o Banco Central americano um pouco mais tranquilo [em relação à política monetária]", disse à Reuters Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

[Jerome] Powell [presidente do Fed, o Banco Central americano] já tinha dito que o mercado de trabalho dos EUA não havia se recuperado ainda. Esse 'payroll' apoia sua visão e dá argumentos para a autoridade monetária manter seu programa de estímulo, o que dá um suspiro de alívio para os investidores.
Lucas Carvalho, da Toro Investimentos

Indústria contribui

O desempenho do Ibovespa também foi favorecido pelo otimismo em Wall Street com os dados do mercado de trabalho americano e, paralelamente, pelo crescimento na produção industrial após três meses de retração. Segundo números divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a indústria avançou 1,4% em maio em relação a abril, retomando o patamar pré-pandemia.

"O recuo das medidas de lockdown [confinamento total] e o aumento da mobilidade durante a segunda metade de abril e ao longo de maio abriram caminho para um fortalecimento gradual da atividade industrial", observou o chefe de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.

(Com Reuters)