Dólar cai 2,66% na semana, após 2 altas, e fecha a R$ 5,115; Bolsa sobe
O dólar comercial terminou o dia praticamente estável, em leve alta de 0,01%, encerrando a semana cotado a R$ 5,115 na venda. Os ganhos recentes, porém, não foram suficientes para reverter a trajetória da semana, que termina com queda de 2,66% da moeda norte-americana, após duas semanas seguidas de alta.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou a semana com ganho de 0,42%, mesmo tendo registrado queda de 1,18% hoje, chegando aos 125.960,26 pontos. A alta semanal ocorre após recuo de 1,72% na semana passada.
No ano, dólar e Ibovespa vão seguindo caminhos opostos: enquanto a moeda apresenta perda de 1,41%, a Bolsa sobe 5,83% em 2021.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Bom momento para o real
O momento é bom para o real, segundo explicou à Reuters Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank. Investidores têm apontado para a alta recente nos preços das commodities, os sinais de retomada da economia doméstica e a perspectiva de juros básicos (Selic) mais altos como fatores de impulso para a moeda brasileira.
"Temos termos de troca positivos, o que gera fluxos de entrada no mercado local", disse Weigt, que também citou a aproximação do recesso parlamentar, a partir de 18 de julho, como uma sinalização da chegada de um período mais "calmo" na política brasileira.
Mesmo assim, o mercado deve seguir acompanhando de perto as movimentações do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos). Em pronunciamento no Congresso, o presidente do órgão, Jerome Powell, afirmou que a recuperação do país ainda está em um ritmo moderado, mas o bom desempenho do mercado de trabalho aumenta as chances de que os estímulos à economia sejam retirados mais rapidamente.
Caso o Fed decida adotar uma postura mais dura para conter a inflação, elevando os juros mais cedo do que o esperado, os mercados financeiros de países emergentes — como o Brasil — podem sofrer com o redirecionamento de recursos para os EUA. Na prática, isso significaria uma alta do dólar frente ao real.
(Com Reuters)
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