Dólar tem 2ª queda consecutiva e fecha a R$ 5,192; Bolsa sobe 0,42%
Pela primeira vez em julho, o dólar emendou hoje sua segunda queda consecutiva, esta de 0,76%, e terminou o dia cotado a R$ 5,192 na venda. Fazia quase um mês que a moeda americana não registrava duas baixas seguidas — a última vez foi entre 21 e 24 de junho, quando acumulou quatro sessões de perdas.
No sentido oposto, o Ibovespa chegou a sua segunda alta consecutiva, voltando a se aproximar do patamar de 126 mil pontos. Nesta quarta-feira (21), o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) subiu 0,42%, fechando aos 125.929,25 pontos.
Os números de hoje, porém, não foram suficientes para reverter a tendência acumulada no mês até aqui. Enquanto o dólar segue somando ganhos, agora de 4,39%, o Ibovespa tem queda de 0,69%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Volatilidade
Com as incertezas em torno dos impactos econômicos da disseminação da variante delta do coronavírus, o momento é de volatilidade no mercado. As duas quedas seguidas do dólar compensaram apenas parte da forte alta de segunda-feira (19), o que sinaliza uma continuidade do prêmio de risco no câmbio.
"É uma volatilidade que atrapalha qualquer [fundo] multimercado, qualquer 'case' construtivo para o Brasil", disse à Reuters Roberto Motta, responsável pela mesa de derivativos da Genial Investimentos.
Por mais que você diga que os fundamentos da moeda [real] permanecem fortes (...), nas duas vezes recentes esse 'case' construtivo acabou tendo um prejuízo bastante razoável.
Roberto Motta, citando alta de 2,39% do dólar em 06/07
Executivo x centrão
Já no cenário doméstico, as atenções se voltam para possíveis "arranhões" nas relações entre Executivo e centrão em torno do fundo eleitoral — apelidado de "fundão" —, com potenciais riscos ao andamento da agenda de reformas. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reforçou que vai vetar o aumento para R$ 5,7 bilhões, destacando o "respeito ao povo brasileiro".
"Defendemos, acima de tudo, a harmonia entre os poderes, bem como a sua autonomia. É partindo deste princípio que jogamos, desde o início, dentro das quatro linhas da Constituição Federal. Dito isso, em respeito ao povo brasileiro, vetarei o aumento do fundão eleitoral", escreveu Bolsonaro em uma rede social.
(Com Reuters)
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