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Dólar cai a R$ 5,079, menor valor em quase um mês; Bolsa também tem queda

Mesmo com a nova baixa frente ao real, o dólar segue com balanço positivo em julho, com ganhos de 2,13% - Amanda Perobelli/Reuters
Mesmo com a nova baixa frente ao real, o dólar segue com balanço positivo em julho, com ganhos de 2,13% Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

29/07/2021 17h22Atualizada em 29/07/2021 19h34

O dólar comercial emendou hoje sua segunda queda consecutiva, de 0,6%, fechando o dia cotado a R$ 5,079 na venda. É o menor valor alcançado em quase um mês, desde 2 de julho, quando a moeda americana encerrou a sessão ao R$ 5,053.

Mesmo com a nova desvalorização frente ao real, o dólar segue com balanço positivo em julho, somando ganhos de 2,13% no período.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também caiu, voltando ao patamar dos 125 mil pontos. O indicador terminou o dia em baixa de 0,48%, aos 125.675,33 pontos, chegando a uma perda acumulada de 0,89% no mês.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

PIB dos EUA

O mercado repercutiu a decisão de ontem do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) de manter os juros próximos a zero, sinalizando que ainda está longe de retirar o apoio à economia. As perdas no Brasil acompanharam o movimento do dólar no exterior, muito puxado pelos números do PIB (Produto Interno Bruto) americano no segundo trimestre de 2021.

Mais cedo, o Departamento do Comércio divulgou que os EUA cresceram a uma taxa anualizada de 6,5% entre abril e junho deste ano. O resultado ficou abaixo das estimativas consultadas pelo Projeções Broadcast, do jornal O Estado de S. Paulo, que era de 8,5%.

Vale lembrar que os EUA usam uma metodologia diferente da adotada pela maioria dos países para divulgar o PIB. No Brasil, os números trimestrais publicados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) se referem aos três meses imediatamente anteriores. Já nos EUA, o percentual é a variação do PIB caso essa tendência de alta ou queda se mantivesse por um ano — daí o nome "taxa anualizada".

Balanços puxam Ibovespa

O exterior favorável e os números positivos do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) — que apontam a criação de 309.114 vagas de emprego formal em junho, no sexto mês seguido de saldo positivo —, não foram suficientes para segurar a queda do Ibovespa, em uma sessão marcada pela publicação de balanços corporativos.

Lideraram as perdas as ações do Pão de Açúcar (PCAR3), que vão registrando queda de 7,40% no pregão. Ontem, o GPA (que Pão de Açúcar e Extra) divulgou ter quase zerado seu lucro no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2020, além de ter registrado queda de 12,6% nas vendas em lojas, sem considerar drogarias e postos de combustíveis.

Segundo o presidente-executivo da empresa, Jorge Faical, o "sofrimento" nas vendas do Pão de Açúcar foi pontual. "O principal motivo da queda neste [segundo] trimestre foi a evasão de consumidores que estão buscando locais mais baratos", explicou ele em teleconferência com analistas.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)