Dólar sobe e fecha a R$ 5,266; Bolsa cai pelo 3º dia consecutivo
O dólar fechou hoje em alta de 0,54%, cotado a R$ 5,266 na venda, após cair 0,38% na véspera. A moeda americana vem intercalando resultados desde o último dia 3, não tendo acumulado nem duas altas, nem duas quedas consecutivas no período.
O Ibovespa terminou o dia em queda, esta de 1,10%, chegando aos 113.794,28 pontos. É a terceira baixa consecutiva registrada pelo principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) — que ontem caiu 0,96% —, o que não acontecia desde o fim de agosto.
No mês, o dólar ainda acumula alta de 1,81% frente ao real, enquanto o Ibovespa perdeu 4,2%. Em 2021, o cenário se repete, com ganhos de 1,48% para a moeda e queda de 4,39% para o indicador.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Precatórios e China
O noticiário do mercado doméstico colaborou para manter um clima de conservadorismo, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltando a falar sobre a política de preços da Petrobras e o nó em torno dos precatórios parecendo mais difícil de ser desatado.
Agentes financeiros veem a falta de avanço efetivo nas negociações relacionadas à questão dos precatórios como um componente que infla ainda mais as incertezas sobre a trajetória das contas públicas para o próximo ano, em meio a perspectivas de crescimento menor, juros e inflação em alta.
Em comentários a clientes, a Guide Investimentos também citou impasse em torno do financiamento dos precatórios enquanto o governo federal busca uma fonte de financiamento para o seu "Auxílio Brasil", nova versão do programa Bolsa Família.
De acordo com a equipe da Planner, investidores continuam atentos às notícias da China, que segue lidando com problemas internos na sua economia e na política, com regulações impostas às empresas pelo governo. Tais eventos têm pesado nos preços do minério de ferro e afetado as ações da Vale.
Dúvidas em relação aos EUA
A curva da taxa de câmbio aqui acompanhou de forma quase colada a do dólar no exterior. A moeda norte-americana subia ante 31 de 33 pares de uma lista, reflexo da percepção de investidores de que a possibilidade de anúncio de corte de estímulos pelos EUA não parece esvaziada.
Isso porque dados de varejo norte-americano divulgados mais cedo deixaram para trás estimativas de queda ao mostrarem alta em agosto. Números mais fortes podem servir de base para o Fed avaliar que o apoio monetário não é mais necessário —o que, na prática, se traduziria em menor oferta de dólar, movimento que tende a exercer pressão de alta na moeda.
Analistas do banco norte-americano Wells Fargo, porém, ainda se mostram cautelosos sobre interpretar o relatório como evidência de nova alta duradoura nos gastos dos consumidores —que poderia reforçar tendências ascendentes para a inflação, fator que poderia levar o Fed a antecipar o corte de estímulo.
O BC dos EUA se reúne na semana que vem nos mesmos dias em que aqui o Copom também se encontra para decidir os rumos da taxa Selic. Fala recente do presidente do BC, Roberto Campos Neto —interpretada pelo mercado como indicação de alta menor dos juros—, fez preço no câmbio e puxou o dólar para cima.
*Com Reuters.
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