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Dólar cai 0,84%, a R$ 5,286, após três altas seguidas; Bolsa sobe 1,29%

Mesmo com a baixa de hoje, o dólar segue acumulando alta de 2,21% frente ao real em setembro - Getty Images/iStockphoto
Mesmo com a baixa de hoje, o dólar segue acumulando alta de 2,21% frente ao real em setembro Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

21/09/2021 17h23Atualizada em 21/09/2021 18h58

Depois de uma sessão tensa na véspera, o dólar caiu nesta terça-feira (21) e terminou o dia cotado a R$ 5,286 na venda — queda de 0,84% em relação ao valor de fechamento de ontem. O resultado, puxado por um clima exterior mais favorável, interrompe uma sequência de três altas seguidas da moeda americana.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), subiu 1,29% na sessão e chegou aos 110.249,73 pontos, depois de registrar cinco baixas consecutivas — duas delas acima de 2%.

Mesmo com a baixa de hoje, o dólar segue acumulando alta de 2,21% frente ao real em setembro, enquanto o Ibovespa registra perdas de 7,18%. No ano, o cenário é semelhante, com ganhos de 1,88% para a moeda e queda de 7,37% para o indicador.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Recuperação pós-baque

Na véspera, o receio generalizado de um calote pela incorporadora chinesa Evergrande derrubou as bolsas e impulsionou moedas consideradas seguras, como o dólar. Hoje, porém, o apetite por ativos mais arriscados mostrou alguma melhora, com investidores acreditando que um eventual colapso da Evergrande não vá contaminar a economia global.

Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, explicou à Reuters que é normal haver esse tipo de recuperação depois de movimentos acentuados, como os de ontem, mas alertou que ainda não há resolução definitiva à vista para os problemas da gigante chinesa.

"Isso ainda pode gerar problemas de liquidez e ter efeito de contágio, principalmente em economias que têm dependência muito grande da China, como é o caso do Brasil", disse, acrescentando que o tema deve continuar no radar do mercado internacional nos próximos dias.

Precatórios ajudam

Também contribuíram para os resultados de hoje as sinalizações de que autoridades políticas — como os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) — estão empenhadas em chegar a um acordo para o pagamento dos precatórios (dívidas judiciais da União) em 2022, uma despesa estimada em quase R$ 90 bilhões.

Mais cedo, Lira reforçou haver compromisso, por parte do Congresso, com o respeito ao teto de gastos. Já Pacheco disse que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para resolver o problema dos precatórios no Orçamento do ano que vem vai prever uma limitação do crescimento dessas despesas.

A ideia, segundo o senador, é corrigir o montante pago com precatórios em 2016 — ano em que o teto de gastos foi instituído — e travar o pagamento das despesas nesse valor, que seria de cerca de R$ 39 bilhões a R$ 40 bilhões. Com isso, os R$ 50 bilhões restantes do total previsto para 2022 ficaria "alheio ao limite do teto", podendo ser transferido para 2023.

Não é calote, é uma prorrogação, e também não é o parcelamento. É um formato que pode dar uma solução para este problema e tirar este problema porque temos outros para enfrentar.
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)