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Após disparada da véspera, dólar cai a R$ 5,560; Bolsa sobe 0,1%

Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo

Do UOL*, em São Paulo

20/10/2021 17h36Atualizada em 21/10/2021 11h01

O dólar comercial recuou 0,5% hoje e terminou o dia cotado a R$ 5,560 na venda. O ganho, porém, não chega perto de anular a disparada de ontem, que fez com que a moeda norte-americana atingisse R$ 5,594, maior valor em seis meses.

Em nova intervenção, o Banco Central injetou US$ 500 milhões no mercado de câmbio, mas os investidores seguem em estado de tensão em meio a temores que o novo Bolsa Família estoure o teto de gastos. Hoje, o governo prometeu respeitar o mecanismo, mas não detalhou como fará isso.

O Ibovespa teve leve alta de 0,1% e fechou o dia aos 110.786 pontos. No dia anterior, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) tombou 3,28%.

Com o resultado de hoje, o dólar soma valorização de 7,17% frente ao real em 2021. O Ibovespa, em contrapartida, registra queda de 6,92% desde o início do ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Furo do teto de gastos pode levar zerar crescimento do PIB em 2022, diz analista

O crescimento econômico no ano que vem pode ficar entre zero e 0,5% caso se materialize o rompimento do teto de gastos, disse o economista da gestora Rio Bravo João Leal, apontando um cenário em que a atividade seria pressionada por uma taxa de juros acima de 10%.

"Se houver uma piora fiscal considerável, com rompimento do teto de gastos, o juro é de dois dígitos, como foi na crise de 2014/2015/2016. (...) Confirmando-se esse cenário, a gente estará falando de crescimento bem abaixo de 1,5%, que a é nossa previsão; estaríamos falando de algo entre zero e 0,5%", disse o economista.

O mercado cortou as previsões para o aumento do PIB em 2022 a 1,50%, conforme a mais recente edição da pesquisa Focus do Banco Central. Foi a segunda redução consecutiva.

"Pelos últimos eventos, percebemos que o governo já não está mais assim tão comprometido com a agenda de reformas. (...) Isso demonstra claramente que está mais preocupado com 2022 e com a tentativa de agradar ao Congresso com emendas parlamentares", continuou.

*Com Reuters