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Dólar sobe a R$ 5,69, maior valor desde abril; Bolsa emenda 3ª alta

Com o resultado de hoje, o dólar comercial agora acumula ganhos de 9,67% frente ao real em 2021 Imagem: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

06/12/2021 17h22Atualizada em 06/12/2021 18h23

O dólar abriu a semana em alta de 0,19%, cotado a R$ 5,69 na venda, com investidores repercutindo a possibilidade de um aumento dos juros nos Estados Unidos antes do esperado. É o maior valor alcançado em quase oito meses, desde 13 de abril, quando a moeda americana chegou aos R$ 5,718.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), emendou hoje sua terceira alta consecutiva, esta de 1,7%, e chegou aos 106.858,87 pontos — maior patamar em quase um mês, desde 11 de novembro (107.594,67 pontos).

Com o resultado de hoje, o dólar agora acumula ganhos de 9,67% frente ao real em 2021. O Ibovespa, em contrapartida, já despencou 10,22% desde o início do ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

EUA ofuscam Brasil

O desempenho do dólar — que chegou a bater os R$ 5,70 na máxima do dia — é reflexo de uma expectativa do mercado por um aumento dos juros nos EUA, hoje próximos a zero. A possibilidade ofuscou até a reunião desta semana do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que deve decidir por um nova alta nos juros básicos da economia brasileira (Selic), o que, em tese, beneficiaria o real.

A aposta, segundo pesquisa da Reuters, é de que o BC elevará a Selic em 1,5 ponto percentual, de 7,75% para 9,25% ao ano.

"A decisão sobre a alta de juros no Brasil já tem sido precificada em 1,5 [ponto percentual]. Isso faz o investidor externo olhar de novo para o Brasil e trazer recursos", explicou à Reuters Lucas Schroeder, diretor de operações da Câmbio Curitiba. Mas, acrescentou, "a gente acaba tendo que disputar com os EUA".

Competir com [aumentos de] juros nos EUA é difícil, porque investir lá é muito seguro. A maior economia do mundo não dá calote.
Lucas Schroeder, da Câmbio Curitiba

Focus prevê juros em 9,25%

Economistas ouvidos pelo BC também apostam que a taxa Selic terminará 2021 em 9,25% ao ano — maior patamar em mais de quatro anos, desde julho de 2017 (10,25%). Segundo boletim Focus divulgado hoje, os analistas ainda mantêm a estimativa de juros em 11,25% ao ano para o fim de 2022.

Já para o fim de 2023, a projeção passou de 7,75% para 8% ao ano, 0,5 ponto percentual acima da expectativa de quatro semanas atrás (7,5%). Para 2024, ficou em 7%, mesmo patamar de um mês atrás.

A inflação, motivo pelo qual o BC tem elevado os juros tão rapidamente, deve ficar ainda mais alta neste ano e no próximo, de acordo com o Focus. O prognóstico para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021 passou de 10,15% para 10,18%, enquanto o de 2022 foi de 5% para 5,02%.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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