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Bolsa tem melhor semana em 10 meses; dólar emenda 4ª queda, a R$ 5,513

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

14/01/2022 17h24Atualizada em 14/01/2022 19h08

O dólar comercial emendou hoje a quarta queda seguida, de 0,29%, e encerrou o dia cotado a R$ 5,513 na venda. É o menor valor em quase dois meses, desde 16 de novembro (R$ 5,50). Com isso, a moeda encerrou a semana com desvalorização de 2,1%, o maior recuo desde 5 de novembro (-2,19%).

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o dia em alta de 1,33%, a 106.927,79 pontos, maior nível em quase um mês, desde 17 de dezembro (107.200,56 pontos). A avanço semanal foi de 4,1%, melhor resultado semanal da Bolsa em dez meses, desde 5 de março do ano passado (4,70%).

As ações que mais subiram hoje na B3 foram de instituições financeiras. O primeiro lugar ficou com o Banco Inter (BIDI11), que avançou 7,15%, seguido pelo Banco Pan (BPAN4), com alta de 6,65%.

Na outra ponta, as baixas foram puxadas pela Locaweb (LWSA3), que recuou 4,34%, e pela Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, que teve queda de 4,1%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Bancos e exportadoras puxam Bolsa

Segundo Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, o desempenho do Ibovespa nos últimos pregões frente às Bolsas norte-americanas pode ser explicado por um movimento de rotação, com investidores reduzindo suas ações em empresas de crescimento, como tecnologia, para aumentar as compras de papéis de empresas de valor, como bancos e exportadoras.

O movimento ocorre diante da expectativa por alta de juros nos EUA nos próximos meses, o que afetaria mais as empresas que dependem de financiamento. Como o Ibovespa tem relevante participação de bancos e empresas relacionadas às commodities, o índice local acaba sendo mais beneficiado, explica ele.

Além disso, a alta de papéis que, na visão de Villegas, estavam com preço menor do que deveriuam, como de construtoras e de shoppings, além da falta de notícias políticas internas de maior peso no mercado também ajudaram no desempenho positivo, de acordo com o analista.

Internamente, as vendas no varejo no Brasil expandiram 0,6% em novembro na comparação com o mês anterior, informou nesta sexta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de recuo de 0,2%. O dado vem um dia após o volume de serviços também superar as projeções do mercado.

Ainda assim, diz Villegas, esses "dados parecem ser atrasados", já que desde novembro a taxa Selic voltou a subir, o que deve afetar os dois setores, e houve a propagação da variante Ômicron, também de potencial impacto na atividade econômica.

*Com Reuters