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Dólar sobe no dia, a R$ 5,455, mas emenda 2ª semana de queda; Bolsa cai

Com as perdas da semana, o dólar agora acumula queda de 2,16% nos primeiros dias de 2022 - Amanda Perobelli/Reuters
Com as perdas da semana, o dólar agora acumula queda de 2,16% nos primeiros dias de 2022 Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

21/01/2022 17h23Atualizada em 21/01/2022 18h19

O dólar fechou a sexta-feira (21) em alta de 0,72%, cotado a R$ 5,455 na venda, interrompendo uma sequência de duas quedas consecutivas. Mesmo com o desempenho de hoje, a moeda americana encerra a semana com desvalorização acumulada de 1,05% frente ao real, depois de cair mais de 2% na semana anterior.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), terminou o dia em queda de 0,15%, chegando aos 108.941,68 pontos, após três altas seguidas. Desde segunda-feira (17), porém, o indicador acumulou ganhos de 1,88%.

Com as perdas da semana, o dólar agora soma queda de 2,16% nos primeiros dias de 2022. O Ibovespa, por sua vez, registra alta de 3,93% em janeiro, depois de despencar quase 12% em 2021.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Boa reação a Lula

Em relatório divulgado ontem à noite, o Citi disse que os mercados brasileiros parecem ter recebido bem comentários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro. Na quarta (19), Lula fez acenos a partidos mais à direita, dizendo que não veria problema em formar chapa com Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e ex-PSDB. (Assista abaixo)

Hoje, questionado pela Folha de S.Paulo, Alckmin demonstrou ter gostado da fala de Lula sobre uma eventual aliança. "Achei positivo", disse.

"Isso gerou uma resposta positiva nos preços dos ativos nesta semana, tanto no mercado de câmbio quanto no de juros", diz um trecho do documento. Mesmo assim, acrescenta, "Lula ainda é visto como o pior cenário para os preços dos ativos brasileiros]", especialmente nos meses que antecedem o primeiro turno — algo comum em anos de eleição.

EUA ajudam real

Analistas também apontaram a queda nos rendimentos dos Treasuries — os títulos soberanos dos Estados Unidos —, além de um rali das commodities (matérias-primas) nos últimos dias, como fatores de impulso para o real nesta semana.

No médio prazo, porém, as perspectivas não são boas para a moeda brasileira. Há no mercado apostas crescentes de que a inflação alta nos EUA forçará o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) a aumentar os juros — hoje próximos a zero — já a partir de março.

Juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos americanos, considerados investimentos muito seguros. Na prática, esse cenário tende a reduzir a atratividade de ativos mais arriscados, como o real e outras moedas de países emergentes, o que leva a uma valorização global do dólar.

(Com Reuters)