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Bolsa sobe pelo 3º dia e chega ao maior nível desde outubro; dólar cai

Com os ganhos da sessão, o Ibovespa agora acumula alta de 7,43% nos primeiros dias do ano Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

27/01/2022 17h21Atualizada em 27/01/2022 18h54

O Ibovespa subiu 1,19% nesta quinta-feira (27). É a terceira alta consecutiva, chegando aos 112.611,65 pontos. É o maior patamar alcançado em mais de três meses, desde 18 de outubro de 2021, quando o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) fechou nos 114.428,18 pontos.

Já o dólar terminou a quinta-feira (27) em queda de 0,32%, cotado a R$ 5,424 na venda. O desempenho contraria um movimento global de procura por investimentos menos arriscados — como a moeda americana —, desencadeado após o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) sinalizar aumento nos juros para controlar a inflação.

Com os ganhos da sessão, o Ibovespa agora acumula alta de 7,43% nos primeiros dias do ano, após despencar quase 12% em 2021. Já o dólar soma perdas de 2,73% frente ao real em janeiro.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Fed repercute

Apesar das perdas em relação ao real, o dólar operou forte frente a moedas de outros países desenvolvidos, refletindo as apostas crescentes de que o Fed aumentará os juros — hoje próximos a zero — mais vezes do que o esperado pelos mercados ao longo de 2022. Investidores já preveem até cinco altas de 0,25 ponto percentual neste ano.

Ontem, a autoridade decidiu, por unanimidade, manter os juros básicos nos EUA entre 0% e 0,25%, mas sinalizou um reajuste para a próxima reunião, que acontece no início de março. O movimento marca uma mudança da política monetária flexível — crucial para preservar a economia durante a pandemia — em direção a uma luta mais urgente contra a inflação, que segue alta no país.

Com a inflação muito acima de 2% e um mercado de trabalho forte, o Comitê [de Política Monetária do Fed, o FOMC] considera que em breve será apropriado elevar o nível das taxas [de juros].
Fed, em comunicado

Juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos americanos, considerados investimentos muito seguros. Na prática, esse cenário tende a reduzir a atratividade de ativos mais arriscados, como o real e outras moedas de países emergentes, o que leva a uma valorização global do dólar.

Economia brasileira

Além de fatores internacionais, também repercutiu nos mercados a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou reajuste de 33,24% no piso salarial dos professores — decisão que desagrada prefeitos e governadores pelo medo de uma pressão nas contas públicas e um efeito de bola de neve entre as demais categorias.

Também esteve no radar a aprovação pelo Confaz (Comitê Nacional de Política Fazendária) da prorrogação, até 31 de março, do congelamento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado sobre combustíveis.

A medida estava em vigor desde novembro do ano passado e terminaria em 31 de janeiro. Mas os estados decidiram adiar o prazo final após Bolsonaro prometer enviar ao Congresso uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para zerar os impostos federais sobre a gasolina e o óleo diesel.

Em nota, o Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda) alertou que só a prorrogação não será suficiente para conter a alta no preço dos combustíveis. "Os elementos centrais dos aumentos são a variação do dólar e a política da Petrobras de paridade com o mercado internacional do petróleo", reforçou.

(Com Reuters)

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