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Bolsas despencam e petróleo passa de US$ 100 em meio à guerra na Ucrânia

Do UOL, em São Paulo

24/02/2022 09h18Atualizada em 24/02/2022 16h08

As Bolsas de Valores da Ásia e da região do Oceano Pacífico despencaram nesta quinta-feira (24), puxadas pelo início dos ataques da Rússia à Ucrânia, em meio a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O Hang Sang, índice da Bolsa de Valores de Hong Kong, fechou o dia em forte queda de 3,21% na sessão. Já o Nikkei 225, de Tóquio (Japão), e o SSE Composite, de Xangai (China), caíram 1,81% e 1,7%, respectivamente. Na Austrália, as perdas do ASX All Ordinaries chegaram a 2,95%.

Veja o desempenho de alguns dos principais índices asiáticos e do Pacífico:

  • S&P BSE Sensex, na Índia: -4,72%
  • Hang Sang, em Hong Kong: -3,21%
  • ASX All Ordinaries, na Austrália: -2,95%
  • KOSPI, na Coreia do Sul: -2,6%
  • Nikkei 225, no Japão: -1,81%
  • SSE Composite, na China: -1,7%
  • Jakarta Composite, na Indonésia: -1,48%

"As tensões russo-ucranianas provocam um possível choque de demanda [na Europa] e um choque maior no abastecimento para o restante do mundo, em vista da importância da Rússia e da Ucrânia para [o setor de] a energia", declarou Tamas Strickland, do National Australia Bank.

Tombo no mercado russo

As Bolsas de Valores de Moscou e São Petersburgo, na Rússia, suspenderam as operações para todos os tipos de negociação, "até novo aviso". Antes da interrupção, a primeira (MOEX) tombava mais de 30%.

Paralelamente, o Banco Central da Rússia decidiu intervir no mercado de câmbio após o rublo atingir sua mínima histórica em relação ao dólar. Às 16h (horário de Brasília), o dólar subia a 86,16 rublos, alta de mais de 6% frente ao valor de fechamento na véspera (81,19 rublos). Antes disso, a moeda americana chegou a superar os 90 rublos.

Europa também sofre

As Bolsas de Valores da Europa também tiveram queda na sessão, com perdas que ultrapassaram os 4% em alguns países. Entre os principais índices, as maiores baixas registradas foram:

  • Dublin (ISEQ), na Irlanda: -4,57%
  • Milão (FTSE MIB), na Itália: -4,14%
  • Frankfurt (DAX), na Alemanha: -3,96%
  • Londres (FTSE 100), na Inglaterra: -3,88%
  • Paris (CAC 40), na França: -3,83%
  • Helsinki (OMX), na Finlândia: -3,81%
  • Madri (MADX), na Espanha: -2,95%
  • Amsterdã (AEX), na Holanda: -2,66%

Petróleo sobe

O preço do petróleo, que já vinha em alta em meio à tensão geopolítica, ultrapassou a marca de US$ 100 pela primeira vez em mais de sete anos, desde setembro de 2014. Por volta das 16h (de Brasília), o barril de Brent subia 5,16%, a US$ 101,84, enquanto o petróleo WTI avançava 3,95%, a US$ 95,74.

Neste momento, é impossível apostar em qualquer cenário. Podemos apenas acompanhar de perto os últimos acontecimentos e estar preparados para mais volatilidade
Ipek Ozkardeskaya, da SwissQuote, à AFP

Ataque à Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi à TV na madrugada desta quinta (horário de Brasília) para dizer que faria uma "operação militar especial" no Donbass, a área de maioria russa no leste da Ucrânia. Seu comando militar, porém, confirmou que "armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas ucranianas".

Posteriormente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou em discurso à nação o rompimento das relações diplomáticas com Moscou. Ele também adotou lei marcial em todo o território ucraniano — uma medida que altera as regras de funcionamento de um país, deixando de lado as leis civis e colocando em vigor leis militares.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou a operação militar da Rússia na Ucrânia, que definiu como "não provocada e injustificada". Para o americano, Putin escolheu uma "guerra premeditada" e "que trará uma perda catastrófica".

"A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia", disse Biden em comunicado enviado à imprensa.

(Com AFP e Reuters)