Moeda russa atinge nova mínima histórica; Bolsa de Moscou segue fechada
A moeda russa, o rublo, segue em forte desvalorização nesta quarta-feira (2), com a economia da Rússia sofrendo as consequências das sanções econômicas impostas pelo Ocidente — uma resposta à invasão da Ucrânia, que chegou hoje ao sétimo dia. Além disso, pelo terceiro dia seguido, a Bolsa de Moscou não operou.
Por volta das 11h45 (horário de Brasília), o rublo registrava perdas de 4,11%, cotado a menos de um centavo de dólar. Na prática, um dólar está valendo agora 111,73 rublos.
Mais cedo, a moeda russa chegou a atingir seu patamar mínimo histórico, com um dólar vendido por mais de 112 rublos. Desde o início do ano, a moeda russa já perdeu cerca de um terço de seu valor em relação à americana.
Na semana passada, o Banco Central da Rússia respondeu a esse movimento mais do que dobrando os juros básicos da economia, que passaram de 9,5% para 20%.Ontem (1º), também entraram em vigor o decreto que proíbe os moradores da Rússia de transferir dinheiro para o exterior — uma tentativa do presidente Vladimir Putin de proteger a economia em meio à guerra.
Bolsa de Moscou
A Bolsa de Moscou permaneceu fechada nesta quarta-feira — acumulando três sessões seguidas de suspensão —, no momento em que a Rússia multiplica as medidas para limitar o impacto devastador das sanções. Ela está fechada desde a última segunda-feira (28), com exceção das operações de compra de rublos.
A instituição afirmou que algumas operações permaneceriam restritas até o próximo sábado, 5 de março.
Pressão econômica
Nos últimos dias, Estados Unidos, União Europeia e outros países anunciaram que vão excluir alguns bancos russos do sistema internacional de pagamentos bancários Swift e proibir qualquer transação com o Banco Central da Rússia — medida que trará impactos também para a economia mundial e a do Brasil.
Ontem (1º), foi a vez de o Reino Unido informar que incluiu o maior banco da Rússia, o Sberbank, na lista de entidades alvos de sanções.
Diversas empresas também estão anunciando que vão sair da Europa ou interromper a produção, como foi o caso da Hyundai em São Petersburgo. A montadora planeja retomar a produção da unidade na semana que vem, em 9 de março.
"A economia russa sofreu um duro golpe", admitiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que destacou uma "margem de resistência" e planos em curso. "[Mas] Vamos continuar de pé".
(Com AFP e Reuters)
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