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Dólar sobe pela 3ª semana, a R$ 5,075; Bolsa cai ao menor nível em 4 meses

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São paulo

06/05/2022 17h28

O dólar comercial subiu 1,17% hoje e fechou cotado a R$ 5,075 na venda, emendando a segunda alta seguida. É o maior valor do dólar em quase dois meses, desde 16 de março (R$ 5,093). Com isso, a moeda teve o terceiro encerramento semanal em valorização, desta vez, de 2,68%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), terminou o dia em queda de 0,16%, aos 105.134,73 pontos, no segundo recuo seguido. É o menor nível da Bolsa em quase quatro meses, desde 11 de janeiro (103.778,98 pontos). Com a perda de 2,54% na semana, a Bolsa teve a quinta queda semanal seguida.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Ações da Petrobras sobem, apesar de fala de Bolsonaro

O lucro líquido de R$ 44,56 bilhões da Petrobras (PETR4 e PETR3) no primeiro trimestre embalou os investidores, o que fez a petroleira ser uma das empresas mais negociadas desta sexta-feira (6) na Bolsa.

A ação PETR4 fechou valendo R$ 32,96, com valorização de 2,97%, enquanto a PETR3 ficou cotada a R$ 35,66, subindo 3,69%.

A disparada das ações ocorre mesmo após as falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ontem, durante transmissão ao vivo em suas redes sociais. O presidente disse que os lucros registrados recentemente pela Petrobras "são um estupro", pois beneficiam estrangeiros e "quem paga a conta é a população brasileira".

Apesar das declarações, a União é a maior beneficiada pelos lucros, pois a empresa distribuiu dividendos aos acionistas. Com isso, a União, maior acionista, receberá R$ 14 bilhões.

O dólar na semana

Nesta semana, o Fed elevou sua taxa básica em 0,5 ponto, maior alta em mais de duas décadas. O endurecimento de sua postura no combate à inflação vem num momento delicado para a economia global, que está enfrentando, ao mesmo tempo, os efeitos da guerra na Ucrânia e lockdowns da covid-19 na China, o que tem gerado temores de estagflação: desaceleração do crescimento sem trégua na disparada dos preços.

Isso impulsionou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes para seu maior patamar desde 2002 na véspera, movimento que contaminou os mercados de câmbio de todo o mundo.

"De um lado, os preços médios de commodities mais altos, o crescimento forte no primeiro semestre do ano, a melhora dos números fiscais e a taxa Selic elevada ao longo do ano são fatores importantes que podem continuar atuando na direção de atrair fluxos de capitais para o Brasil no curto prazo", disse o Itaú em relatório assinado por Mario Mesquita, seu economista-chefe.

"Por outro lado, atuam na direção de uma moeda (real) mais depreciada as incertezas sobre o crescimento global, o aumento da taxa básica de juros americana e as dúvidas relacionadas à evolução das contas públicas e sustentabilidade fiscal brasileira nos próximos anos", acrescentou o banco, que prevê taxa de câmbio de R$ 5,25 ao fim de 2022.

*Com Reuters