Bolsa cai pelo 2º dia e volta aos 128 mil pontos; dólar fica em R$ 4,93
Do UOL*, em São Paulo
17/01/2024 17h22Atualizada em 17/01/2024 18h15
O Ibovespa emendou hoje sua segunda queda consecutiva, esta de 0,6%, e chegou aos 128.523,83 pontos. No mês, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira já recuou 4,22%.
Já o dólar fechou o dia praticamente estável, com leve alta de 0,09%, vendido a R$ 4,93. Em janeiro, a moeda americana acumula ganhos de 1,59% frente ao real.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
O que aconteceu
Caíram as apostas de queda nos juros americanos em março. O diretor do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), Christopher Waller, reforçou ontem (16) que a autoridade monetária não tem pressa para reduzir os juros — hoje entre 5,25% e 5,5% —, embora a inflação esteja se aproximando da meta de 2%.
Juros mais altos nos EUA tendem a favorecer o dólar frente ao real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa americano, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve podem impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.
Dados da China contribuíram para menor apetite por risco no mundo. A economia chinesa cresceu 5,2% em 2023 — acima da meta oficial, mas abaixo do que o mercado esperava, com o agravamento da crise imobiliária e a demanda fraca. "A sensação é um pouco mais negativa no médio e longo prazo", disse à Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB investimentos.
O Ibovespa segue sua trajetória de correção hoje, influenciado pelos mercados externos, após a divulgação de dados fracos da economia chinesa e de indicadores nos EUA. Tendo em vista que as empresas com maior peso no índice são atreladas às commodities, as recentes quedas nas cotações do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional pesam bem.
Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital
(*Com Reuters)