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Empresas lançam brinquedos inspirados na Copa e esperam vender até 70% mais

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

02/04/2014 06h00

A proximidade com a Copa do Mundo tem aquecido o mercado de brinquedos inspirados no evento. Empresas do setor esperam aumentar as vendas em até 70% com o torneio. Entre os produtos há fantasias infantis e miniaturas do mascote oficial, o Fuleco, além de quebra-cabeças, ioiôs, cornetas e apitos. 

A fabricante de fantasias Rubie’s, com sede em São Paulo (SP), espera aumento de 15% nas vendas durante a Copa, segundo a diretora geral da empresa, Vanessa De Luca. A meta é vender 40 mil fantasias do Fuleco para bebês e crianças de até 12 anos, por exemplo.

A roupa para crianças vem com uma máscara de plástico e tem preço sugerido ao consumidor de R$ 129,20. A fantasia para bebês vem com capuz de pano e custa R$ 83,30. “No início, o nome do mascote foi criticado. Hoje, percebemos que o Fuleco caiu na graça dos brasileiros e esperamos que isso se reflita em vendas.”

A Rubie’s também fabrica fantasia de árbitro de futebol (R$ 86,72) e camisetas de torcida (de R$ 45 a R$ 86,72). Segundo De Luca, a meta é vender 20 mil unidades de cada item. A empresa, no entanto, não informa o faturamento.

A Zafira Plásticos, fabricante de brinquedos e brindes, que fica em Valinhos (SP), quer elevar as vendas em até 70% durante a Copa, de acordo com a gerente comercial Débora Pontes.

A linha de produtos para o torneio inclui ioiôs com a bandeira dos países participantes ou em formato de bola –com gominhos que lembram as bolas de capotão–, além de cornetas e bandeirinhas do Brasil. Os preços variam de R$ 1,20 a R$ 15. “Nosso foco durante o primeiro semestre é quase que exclusivamente a Copa do Mundo”, diz. A empresa não divulga o faturamento.

A multinacional Grow também lançou produtos voltados para o mundial esportivo: são quebra-cabeças com o mascote do torneio e com obras do pintor brasileiro Romero Britto, jogos de adivinhação sobre a competição, e miniaturas do mascote Fuleco.

O preço para o lojista vai de R$ 11,61 a R$ 92,88. Para o consumidor final, o valor pode ser até 60% mais alto --de R$ 18,57 a R$ 148,60--, de acordo com a fabricante. 

Apitos, ioiôs e fantasias têm pico de vendas durante os jogos 

As fabricantes começaram a se preparar para o torneio já no ano passado, segundo o presidente da Abrinq (Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos), Synésio Batista da Costa. Agora, a menos de cem dias do início da Copa, o foco dos empresários deve ser a venda do que já foi produzido, segundo ele.

Os produtos de menor valor, como apitos, ioiôs e fantasias, têm pico de vendas durante os jogos, afirma Costa. Por isso, empresas deste segmento ainda podem produzir algo na tentativa de elevar as vendas no período. “Por serem baratos, a compra destes produtos, na maioria das vezes, acontece por impulso”, declara.

Ainda dá tempo de micro e pequenos empresários começarem a produzir para a Copa, mesmo que não tenham feito nada, na opinião de Dalton Viesti, professor do curso de administração da Trevisan Escola de Negócios. "A pequena empresa tem mais agilidade do que a grande, pois não tem tanta burocracia e processos internos."

Ele alerta, entretanto, que é preciso ter cuidado para não usar marcas protegidas, como Copa do Mundo e Fuleco. "Para não correr riscos, o ideal é usar como mote a paixão pelo futebol e o nacionalismo. Dá para trocar a cor de um produto por verde-amarelo, por exemplo."

Concorrência com asiáticos é desafio para empresários

Em 2013, a indústria de brinquedos no país faturou R$ 4,4 bilhões, de acordo com a Abrinq. Para este ano, a expectativa elevar o número em 18,2% (R$ 5,2 bilhões), impulsionado pelas vendas durante a Copa do Mundo.

Segundo o presidente da Abrinq, a concorrência com os produtos importados, principalmente os asiáticos, é um dos desafios para quem quer abrir um negócio na área.

Porém, de acordo com ele, os produtos nacionais recuperaram 5% do mercado interno no ano passado, devido, principalmente, ao aumento do custo com mão de obra nos países asiáticos.

“Nos últimos cinco anos, houve uma queda no preço médio dos brinquedos nacionais, o que também colaborou para que reduzíssemos essa diferença em relação aos asiáticos.”