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Carreira infeliz não é melhor razão para ter negócio, diz autor; veja dicas

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Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/11/2015 06h00

A decisão de empreender deve surgir de um desejo de realização e não como fuga de uma carreira infeliz, afirma o professor e economista Marcos Silvestre. "Muitos trabalham e não estão satisfeitos com o que fazem. Esse não é o melhor motivo para começar um negócio. Para empreender, você precisa ter em mente todos os prós e contras, e nunca começar algo por impulso", afirma.

Autor do livro "A Virada na Carreira: Ganhe Dinheiro por Conta Própria", Silvestre considera que, embora seja necessário assumir certos riscos, empreender exige pé no chão e planejamento. "Empreender é uma aventura, mas pode ser uma aventura estruturada, que não é iniciada na loucura".

Para ele, ninguém precisa ser um super-herói para ter sucesso nos negócios. Basta planejar com realismo. "Empreender não é apenas para os 'iluminados' e nem uma questão de sorte. É possível traçar um plano, fazer questionamentos e ser bem-sucedido com um negócio próprio, mesmo sem ter tido uma grande ideia ou diferencial", afirma.

 A seguir, veja dicas para abrir uma empresa de forma realista e estruturada:

1. Escolha o momento e a área certos
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Segundo o professor, quem deseja abrir um negócio precisa escolher a área de atuação com sabedoria. Para ele, abrir uma empresa no próprio ramo de trabalho pode ser mais simples. "Normalmente, quem abre o próprio negócio depois de trabalhar anos na mesma área, acaba aproveitando muitos contatos", diz. Mas nada impede que se migre de setor, desde que se pesquise bastante. 

Depois, é preciso saber o melhor momento para abrir a empresa. "Ele não pode se precipitar nem adiar muito. Ele deve ter noção se o ciclo profissional dele se encerrou realmente e, principalmente, deixar as portas abertas para voltar, caso o seu negócio não dê certo, ou para ser fornecedor dessa empresa." 

2. Defina o modelo de negócio e o local
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Imagem: shutterstock

Antes de abrir a empresa é preciso avaliar o formato do negócio, se será uma iniciativa própria, franquia ou marketing direto, por exemplo. Cada uma exige um tipo de habilidade. "Se resolver investir na venda direta, por exemplo, que exerce pouco capital pessoal, até onde ele quer chegar? Ser apenas um vendedor ou coordenador de uma região, por exemplo?''

Além disso, o empreendedor deve avaliar qual região a empresa vai atender. É um bairro? Microrregião? Estado? País? Essa decisão vai impactar tanto a estratégia de entrega e logística, como divulgação, por exemplo.

3. Saiba buscar e usar o dinheiro
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Imagem: Arte/UOL

Todo negócio exige investimento. O empreendedor deve definir se vai abrir a empresa sozinho com suas economias, ou se terá um sócio. Além disso, calcular quanto precisa para montar o negócio e atingir o ponto de equilíbrio, ou seja, quando os gastos se igualam aos ganhos. "É preciso saber exatamente o custo do negócio para não gastar mais do que precisa ou do que tem."

De acordo com ele, há negócios que em menos de dois anos já estão estabilizados e outros, não. É quando muitos erram ao retirar lucro antes da hora. "Não é certo querer mamar em bezerro. Só conseguimos tirar leite quando ele já é uma vaquinha. Se fizer isso antes, certamente você matará o negócio."

4. Trabalhe para o seu cliente
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Imagem: Acervo

A razão do seu negócio é o cliente e não você. É preciso ficar atento ao que ele quer e quanto ele quer pagar pelo seu produto, segundo Silvestre. "Antes de tudo você tem de avaliar se o cliente que está almejando existe. Trabalhe para o seu cliente e para o seu negócio."

5. Invista nas ferramentas certas
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Para Silvestre, o que faz um cliente preferir comprar o produto ou serviço de uma empresa e não do concorrente vai além das aparências. "Muitos prestadores de serviço acham que, por atenderem em domicílio, precisam ter um bom carro. Só que, nesses casos, o cliente quase nunca precisa ter contato com esta ferramenta de trabalho. Ou seja, investem o dinheiro em algo desnecessário."

A qualidade do produto e do atendimento, segundo ele, é que faz a diferença. "O cliente quer que o prestador chegue no horário, seja educado, entenda sobre o negócio e tenha as ferramentas necessárias para executar o serviço solicitado."

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