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Empresários, como o ex-BBB Daniel Manzieri, faturam com transporte escolar

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/03/2016 06h00

O sonho de ganhar o prêmio de R$ 1,5 milhão –que será pago ao vencedor ou vencedora da 16ª edição do BBB (Big Brother Brasil, realitty show que está no ar pela Rede Globo)– ficou para trás para Daniel Manzieri, 38.

Mas, antes de se tornar um ex-BBB, ele era reconhecido em algumas ruas e escolas do Rio de Janeiro como motorista e sócio da EMS Transporte, negócio de transporte escolar que toca junto com a mãe, Eleonora Savioli Manzieri, 66.

Após ser eliminado no quarto paredão do reality show, já disse qual é seu plano principal: voltar a trabalhar no negócio da família. "É a nossa fonte de renda e de outras famílias, que dependem dela para sobreviver."

O ex-BBB diz que a mãe começou na área em 1997, e que ele passou a ajudá-la em 2001. "Desde então, eu dirigi vans, cuidei da divulgação da empresa e de toda a logística do negócio. Hoje, eu e minha mãe não dirigimos mais, só eventualmente. Ela cuida da gestão e eu visito as escolas para prospectar clientes e me relaciono com os pais para manter a fidelização."

Manzieri não revela seu faturamento, o número de crianças que transporta por mês nem o custo do negócio. No entanto, diz que a empresa tem oito vans e cobra de R$ 250 a R$ 350 de mensalidade por aluno transportado. Ele diz que ainda não dá para medir o impacto de sua passagem pelo BBB no negócio.

"O retorno é pequeno, se considerarmos a responsabilidade que é transportar crianças, mas é muito gratificante. Aliás, quem pensa em começar na área deve gostar de crianças. É imprescindível para atingir o sucesso."

Casal se uniu para ampliar negócio

A empresária Cintia Savarezzi, 45, resolveu trabalhar com transporte escolar, em 1996, para ter mais tempo para ficar com a filha, nascida havia pouco tempo. Inicialmente, atuava como autônoma, mas, em 2002, o marido Paulo, 51, abandonou o emprego para investir no negócio, e os dois criaram a CCF Savarezzi.

"A atividade se mostrou promissora, e resolvemos aumentar a nossa atuação." Atualmente, eles têm três veículos, atendem 200 crianças por dia e cobram de R$ 120 a R$ 300 de mensalidade. A empresária não revela o faturamento, mas diz que gasta R$ 6.000 por mês com manutenção dos carros e gasolina.

Restrição de caminhão motivou negócio

Antes de ter uma van de transporte escolar, o empresário Sergio Shigueo Tamari, 52, atuava como caminhoneiro. "Com a criação da lei paulistana que proíbe a circulação de caminhões grandes pela cidade durante o dia, eu resolvi vender o veículo. Meu vizinho, que sempre atuou com transporte escolar, deu incentivo para entrar na área."

Hoje em dia, é responsável pelo transporte de 35 crianças, e cobra de R$ 180 a R$ 250 por mês. O empresário não revela o faturamento, mas diz que os gastos com combustível e manutenção dos veículos giram em torno de R$ 1.300 ao mês. "Eu preciso trocar os pneus a cada seis meses."

Concorrência é grande, alerta consultor

Para Adriano Augusto Campos, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), a concorrência no setor é muito grande. "O empresário compete com o transporte público, com outros perueiros e, hoje em dia, até com a bicicleta, por conta do crescimento das ciclovias na cidade (como no caso de São Paulo)."

Ele diz, no entanto, que a fidelização do cliente é uma das características do negócio. "Os pais podem ficar durante anos com a mesma empresa, por confiança." Ele afirma, também, que a burocracia para iniciar o negócio é grande. Os veículos de transporte escolar devem seguir as normas determinadas pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e regulamentadas pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). 

O Sebrae criou uma cartilha (zip.net/bss0ph - endereço encurtado e seguro) para auxiliar quem deseja ingressar na área. A Secretaria Municipal de Transporte de São Paulo disponibiliza as exigências em seu site (zip.net/bjsZ5Y - endereço encurtado e seguro).

 

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