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Franquia de chinês ensina língua, bons modos e tem evento de ex-MasterChef

Sumara Lorusso, da Nin Hao, e Jiang Pu, ex-MasterChef, em evento para alunos - Flavio Sullas/Divulação
Sumara Lorusso, da Nin Hao, e Jiang Pu, ex-MasterChef, em evento para alunos Imagem: Flavio Sullas/Divulação

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/04/2016 06h00

A escola de mandarim Nin Hao (que significa "oi, tudo bem?" na língua formal), em São Paulo, ensina mais do que um idioma: explica hábitos da China e promove uma imersão cultural. Também há eventos sociais, como encontro de gastronomia com ex-MasterChef.

Essas atividades extras ajudam na hora de fazer negócios, segundo a proprietária Sumara Lorusso, 30, que diz que a maioria dos alunos é de executivos que têm relação comercial com a China.

O cartão de visitas, por exemplo, tem uma importância maior para os chineses, diz ela. “Ele é entregue com as duas mãos, com o nome virado para cima, em reverência. Deve ser pego com as duas mãos, lido e não pode ser guardado na hora, tem que ser mantido à vista enquanto durar o encontro, em sinal de respeito.”

Ela também diz que os chineses não costumam dizer “não” diretamente, para evitar constrangimentos. “Eles usam caminhos alternativos para recusar, como ‘talvez’, ‘mais tarde’, ‘vou pensar’. É importante ter isso em mente na hora de fazer negociações”, afirma Lorusso.

Antes de ser dona, foi aluna

A escola foi fundada há 10 anos por dois irmãos chineses e adquirida em 2014 por Lorusso (ela não divulga o valor). Formada em letras, ela havia sido aluna da escola em 2008. Resolveu comprar a marca por acreditar na proposta e por querer expandir o negócio. No final de 2015, lançou a franquia. 

O investimento inicial para uma unidade parte de R$ 140 mil, com custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 42 mil (cerca de 100 alunos), e o lucro, 22% (R$ 9.240). O retorno do investimento se dá em 24 meses. Os dados são da empresa.

O perfil das cidades para a primeira fase de expansão é com população a partir de 300 mil habitantes e presença de uma comunidade chinesa consolidada, bem como importadoras, indústrias e universidades. O objetivo é chegar ao fim de 2016 com quatro unidades em funcionamento.

Curso custa a partir de R$ 345

O curso regular de mandarim dura três anos e custa a partir de R$ 345 por mês. Ensina leitura (os chineses não usam o alfabeto e, sim, ideogramas), escrita, compreensão e fala. Um dos diferenciais, segundo Lorusso, é que o material didático é próprio e baseado em português. “A maioria do que há no mercado é baseado em inglês e não leva em conta as dificuldades de aprendizado do brasileiro”, afirma.

Os professores são nativos e treinados na metodologia de ensino da marca. A escola organiza eventos para imersão na cultura chinesa, como uma noite gastronômica que contou com a presença da ex-MasterChef Jiang Pu.

Além do curso regular, em grupos de oito alunos, na escola, há opções de aulas particulares, para grupos em empresas, de conversação, para crianças, para viagem, de etiqueta empresarial e de português para chineses.

Franquia tem crescimento limitado, diz consultora

A consultora especializada em franquias Ana Vecchi, da Vecchi Ancona, diz que a proposta do negócio é boa e há procura pelo serviço. Por ser voltado a um público bem específico, que procura o curso por necessidade, não é considerado um gasto supérfluo e não entra no corte de gastos das famílias em momentos de crise na economia.

“Apesar de a representatividade da China no comércio exterior estar caindo, ainda é grande o volume de pessoas que faz negócios com o país. Existe demanda para os cursos. A marca deveria até ter iniciado a expansão mais cedo.”

No entanto, ela diz que o crescimento fica limitado pela demanda muito específica. “Não dá para ter uma escola por bairro, como as de inglês. O local tem que ser muito bem escolhido. A possibilidade de deslocar professores para aulas particulares e em empresas é positivo, pois amplia o raio de atuação do franqueado.”

Encontrar professores pode ser uma dificuldade, segundo ela. “Não basta saber o idioma para ensinar. É preciso ter didática”, diz. 

Onde encontrar:

Nin Hao: www.ninhao.com.br

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