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Com bike em heliponto, franquias de academia chique custam mais de R$ 1 mi

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/05/2016 06h00

Especializadas em uma única atividade, com ambientes e aulas diferentes e modelos de negócio inovadores, academias boutique como a Spin’n’Soul e o Estúdio Anacã querem se expandir por meio de franquias que custam mais de R$ 1 milhão.

A Spin’n’Soul, especializada em spinning (aula na bicicleta ergométrica), eventualmente leva os alunos para aulas em locais como heliponto de hotel e parques e oferece um ambiente de relaxamento para a mente, além do exercício físico. As salas têm iluminação baixa, luz de velas, e os vestiários oferecem cortesias como xampu, condicionador, hidratante e secador de cabelo.

“Nossos treinadores são capacitados também no âmbito motivacional e incorporam aos treinos temas como superação e descarga emocional”, diz Daniel Nasser, um dos sócios.

Com uma unidade própria em São Paulo, inaugurada há cerca de um ano, a rede estima chegar a 20 unidades em dois anos. A segunda unidade própria deve ser aberta ainda neste mês, também em São Paulo.

O investimento inicial para uma unidade da Spin’n’Soul é a partir de R$ 1,2 milhão com custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 200 mil, e o lucro médio é de 25% (R$ 50 mil). O retorno do investimento é previsto após 30 meses. Os dados são da empresa.

Os alunos não precisam pagar taxa de matrícula ou mensalidade –as aulas avulsas custam R$ 39 cada e são agendadas pela internet. Nasser diz que o conceito do negócio foi inspirado em academias especializadas de Nova York. "Achamos que era possível adaptar para São Paulo porque as cidades são parecidas."

Mais de 30 danças por uma mensalidade

O Estúdio Anacã é especializado em danças e oferece mais de 30 modalidades, desde as tradicionais como balé clássico, jazz e sapateado, a versões modernas como balé fitness (que mescla balé clássico com agachamento e abdominais), "heels class" (coreografias sensuais de salto alto com músicas de Beyoncé, Rihanna, Madonna e outras cantoras pop) e "walk dance" (que une movimentos de caminhada com dança, criado pela dançarina Helô Gouvêa, uma das sócias da escola).

Fundado em 2010, tem duas unidades próprias em São Paulo e busca franqueados em São Paulo e no Rio de Janeiro. A perspectiva é abrir mais três unidades em 2016. O investimento inicial para a franquia parte de R$ 1,1 milhão, com custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 160 mil a R$ 200 mil. Não informa o lucro médio mensal. O retorno do investimento é previsto após 36 meses. Os dados são da empresa.

As mensalidades variam de R$ 630 (plano anual) a R$ 826 (plano mensal) e dão direito ao “free pass”, isto é, os alunos têm acesso a todas as aulas, em todos os horários. Além de xampu, condicionador e hidratante nos vestiários, os alunos ainda têm biscoitos e frutas secas como cortesia. 

Diferentemente das academias de dança convencionais, não é preciso seguir uma sequência de aulas para aprender a dançar, embora existam aulas com níveis diferentes. “Temos consultoras que conhecem o histórico das alunas com a dança e indicam o melhor ‘cardápio’ de experimentações”, diz Gouvêa.

Ela afirma que identificou a oportunidade de um modelo de negócio diferente com a dança ao perceber que suas alunas estavam envelhecendo. “A maioria das escolas é voltada a crianças, adolescentes e jovens, não há espaço para a mulher madura. Isso faz com que a gente não sofra com a sazonalidade que afeta as escolas de dança nos meses de férias”, declara.

Flexibilidade é tendência, mas público é restrito

Segundo Claudia Bittencourt, do Grupo Bittencourt, consultoria especializada em franquias, a flexibilidade oferecida por essas academias, que permitem que o aluno faça a aula que quiser, quando puder, faz parte da tendência de personalização de produtos e serviços.

“Há muitas oportunidades na área, exercícios físicos são uma necessidade e vão continuar a ser. As academias têm que ter diferentes programas para diferentes públicos. A personalização é importante e vai continuar.”

Ariadne Mecate, consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo), diz que o maior desafio dessas academias é se comunicar bem com o seu público-alvo.

“É necessário um bom planejamento de marketing. Para os franqueados, é importante analisar o local onde pretendam abrir uma unidade, já que é um perfil de público muito específico. Como são conceitos novos de negócios, leva tempo até o cliente entender, e o investimento, que é alto, dar retorno.”

Onde encontrar:

Spin'n'Soul: www.spinsoul.com.br

Estúdio Anacã: www.estudioanaca.com.br

CONSULTORES DÃO DICAS PARA ESCOLHER UMA FRANQUIA

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