Empresa aluga toalha, almofada e mesa para piquenique em praça por R$ 1.500
Você pagaria R$ 1.500 só para alugar toalha, almofadas e mesa para fazer um piquenique em praça pública? A empresa Convescotes, que fornece mobiliário e decoração para festas ao ar livre em São Paulo, acredita que sim.
Seus donos apostam que o movimento de ocupação do espaço público em São Paulo está gerando novas oportunidades de negócios.
Eles organizam eventos em praças, parques ou áreas particulares, fornecendo mesas, cadeiras, toalhas para piqueniques, almofadas e lixeiras. Uma festa para 30 pessoas com quatro horas de duração sai por R$ 1.500.
O sócio Guilherme Fiorotto, 35, diz que o preço do serviço se justifica, mesmo tratando-se de materiais comuns, que as pessoas têm em casa (como toalhas e almofadas), porque há diferenciais. "Tem muita gente que não quer levar de casa, por isso a gente oferece o aluguel. Os desenhos dos móveis, das toalhas e das almofadas são exclusivos, nós que criamos. Fazemos a montagem e desmontagem de tudo, o cliente chega com o espaço reservado e a festa arrumada."
A empresa também planta uma muda com o nome do dono da festa próximo ao local do evento.
Veio do Rio de Janeiro
A empresa começou no Rio de Janeiro com o nome Vem Pro Piquenique e funcionou de 2013 a 2015, realizando mais de 200 eventos. Encerrou as atividades porque os sócios decidiram se dedicar a outros negócios, mas, uma das idealizadoras, Ludmyla Almeida, 35, formada em Direito, resolveu apostar no potencial de São Paulo.
Ela se juntou ao cunhado arquiteto, Fiorotto, e à colega de faculdade dele, Harissa Bittar, 35, e lançaram a Convescotes na capital paulista há dois meses. Eles não divulgam o investimento inicial, mas, segundo Fiorotto, foi baixo, pois eles mesmo produzem os móveis.
Faz festas pequenas
A empresa tem capacidade de fazer eventos para até 200 pessoas, e não há exigência de um número mímino. É possível fazer festas para dez pessoas, por exemplo. A maior procura é por eventos em espaços públicos, como praças ou parques, diz ele.
“Até 50 pessoas, não é necessário pedir autorização para o evento na subprefeitura ou na administração do parque. Acima disso, nós indicamos o contato e o próprio cliente busca a liberação.”
Comes, bebes, garçom e brincadeiras à parte
O mesmo acontece com os comes e bebes: a empresa indica parceiros que podem fornecer salgadinhos, bolos, doces, bebidas e sorvete, mas é o cliente que negocia e fecha negócio, se quiser. Também é possível levar a própria comida.
É possível contratar garçom a partir de R$ 150 (4 horas de evento). A empresa também oferece opções de brincadeiras a pedido do cliente, como corrida de saco, bambolê e amarelinha, por R$ 200 com um monitor.
Clima e falta de hábito são dificuldades
Segundo Fiorotto, a maior dificuldade da empresa é o clima, já que as festas são ao ar livre. “Assim que o cliente reserva uma data, acompanhamos a previsão do tempo junto com um meteorologista que nos presta serviço. Se for necessário, remarcamos o evento ou mudamos para um lugar fechado.”
Ele diz que, por ser um negócio novo, ainda estão criando demanda para o serviço. “Oferecemos um serviço que não existia em São Paulo. As pessoas nem consideram fazer um piquenique para uma festa. Entendemos que vai levar um pouco de tempo até decolar. Até agora, estamos crescendo graças ao boca a boca e às redes sociais”, declara.
Nos dois meses de operação, a empresa realizou quatro eventos. “Está dentro das nossas expectativas”, afirma o sócio.
Segurança é outro empecilho, diz consultor
As atividades ao ar livre são uma tendência, segundo Paulo Marcelo Tavares Ribeiro, gerente do Sebrae-SP. No entanto, a preocupação com a segurança e o medo de ser incomodado durante o evento são dificuldades que a empresa vai enfrentar, diz ele.
“O paulistano é receoso, desconfiado. No Rio, há a praia, então, o público está mais acostumado a atividades ao ar livre. O desafio é criar o hábito no consumidor.”
Ele diz que o serviço é atraente pela tendência de ocupação do espaço público e também em relação ao preço se comparado com um bufê convencional. “O cliente consegue economizar por estar em um lugar público, mas sem abrir mão da ambientação e do conforto”, declara.
O professor de estratégia de negócios da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Alberto Ajzental também vê potencial. "Se a pessoa economiza no aluguel do salão, ela vai estar disposta a pagar pelo serviço para dar algum conforto aos convidados. Ninguém tem 30 cadeiras ou 30 almofadas em casa. Não dá para fazer festa sem gastar. E ocupar o espaço público é legal porque promove cidadania e integração."
Onde encontrar:
Convescotes: www.convescotes.com
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