Empresa de peça para caminhão faz máscaras de Carnaval com impressora 3D
O empresário Hermes Santos, 51, é sócio, ao lado do pai, de uma indústria que produz peças de reposição para caminhões, em Barueri (30 km a oeste de São Paulo). Ele, que é artista plástico autodidata, usa o parque tecnológico da empresa, com robôs e impressoras 3D, para fazer esculturas e máscaras de Carnaval sob medida, vendidas pelo site.
As esculturas custam de R$ 10 mil a R$ 80 mil, e as máscaras em estilo veneziano, de R$ 800 a R$ 2.000, dependendo do tamanho e da complexidade.
Alguns dados sobre as máscaras:
- São sob medida, com software que escaneia o rosto, para encaixe mais confortável
- Demoram 12 horas para ficarem prontas
- Brilham no escuro. São de poliestireno e revestidas de epóxi, com estrôncio, que as faz brilhar
Empresa também faz joias e usa realidade virtual
Sua empresa, a Modefer, existe há 30 anos e possui um robô de usinagem (modelagem) que custou R$ 2 milhões e uma impressora 3D de R$ 4,5 milhões.
“Estamos sempre atentos às novas tecnologias, participamos de eventos internacionais e até já ganhamos prêmios no exterior com nossos produtos. Temos equipamentos para fazer protótipos, joias, trabalhamos com realidade virtual e prestamos serviços”, diz. Outras empresas também faturam com a terceirização de impressoras 3D.
Ele diz que começou com as obras de arte por hobby, mas foi incentivado pelos amigos a investir no trabalho. Organizou um vernissage em 2016 para divulgar sua obra e criou o site há cerca de oito meses para vender as peças, que vão com certificado de exclusividade.
A empresa não revela o faturamento geral, nem quanto esse serviço artístico representa em seus ganhos.
Desafio é ganhar escala
Novas tecnologias abrem novas possibilidades que devem ser testadas pelos empresários, segundo o professor de estratégias de negócios da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Alberto Ajzental. "Ele precisa avaliar o que dá mais retorno: se as peças de reposição ou as obras de arte. Mas é interessante separar uma parte do tempo e do capital para experimentar novos usos da tecnologia."
A dificuldade, segundo o professor, é ganhar escala na produção das máscaras personalizadas. "A ampliação das vendas passará por descentralizar a tomada de medidas da face", afirma.
Ele diz que considera um uso criativo da impressora 3D fazer obras de arte, mas a questão sobre o que é considerado arte é subjetivo. "O que é arte? Quanto do artista está na peça? Quanto o público reconhecerá ou não de arte na peça em si? Estas questões são mais subjetivas e variam de tempo a tempo, de cultura a cultura. Tem gente que entende Romero Britto como arte e até paga muito por isso."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.