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Empresa de peça para caminhão faz máscaras de Carnaval com impressora 3D

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/02/2017 04h00

O empresário Hermes Santos, 51, é sócio, ao lado do pai, de uma indústria que produz peças de reposição para caminhões, em Barueri (30 km a oeste de São Paulo). Ele, que é artista plástico autodidata, usa o parque tecnológico da empresa, com robôs e impressoras 3D, para fazer esculturas e máscaras de Carnaval sob medida, vendidas pelo site.

As esculturas custam de R$ 10 mil a R$ 80 mil, e as máscaras em estilo veneziano, de R$ 800 a R$ 2.000, dependendo do tamanho e da complexidade.

Alguns dados sobre as máscaras:

  • São sob medida, com software que escaneia o rosto, para encaixe mais confortável
  • Demoram 12 horas para ficarem prontas
  • Brilham no escuro. São de poliestireno e revestidas de epóxi, com  estrôncio, que as faz brilhar

Empresa também faz joias e usa realidade virtual

Sua empresa, a Modefer, existe há 30 anos e possui um robô de usinagem (modelagem) que custou R$ 2 milhões e uma impressora 3D de R$ 4,5 milhões.

“Estamos sempre atentos às novas tecnologias, participamos de eventos internacionais e até já ganhamos prêmios no exterior com nossos produtos. Temos equipamentos para fazer protótipos, joias, trabalhamos com realidade virtual e prestamos serviços”, diz. Outras empresas também faturam com a terceirização de impressoras 3D.

Ele diz que começou com as obras de arte por hobby, mas foi incentivado pelos amigos a investir no trabalho. Organizou um vernissage em 2016 para divulgar sua obra e criou o site há cerca de oito meses para vender as peças, que vão com certificado de exclusividade.

A empresa não revela o faturamento geral, nem quanto esse serviço artístico representa em seus ganhos.

Desafio é ganhar escala

Novas tecnologias abrem novas possibilidades que devem ser testadas pelos empresários, segundo o professor de estratégias de negócios da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Alberto Ajzental. "Ele precisa avaliar o que dá mais retorno: se as peças de reposição ou as obras de arte. Mas é interessante separar uma parte do tempo e do capital para experimentar novos usos da tecnologia."

A dificuldade, segundo o professor, é ganhar escala na produção das máscaras personalizadas. "A ampliação das vendas passará por descentralizar a tomada de medidas da face", afirma.

Ele diz que considera um uso criativo da impressora 3D fazer obras de arte, mas a questão sobre o que é considerado arte é subjetivo. "O que é arte? Quanto do artista está na peça? Quanto o público reconhecerá ou não de arte na peça em si? Estas questões são mais subjetivas e variam de tempo a tempo, de cultura a cultura. Tem gente que entende Romero Britto como arte e até paga muito por isso."

Onde encontrar:

www.hermessantos.com.br

www.modefer.com.br