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Pegam a bochecha do bebê com mão suja? Empresa cria proteção para carrinho

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/04/2017 04h00

Pegam a bochecha do seu bebê com mãos sujas durante o passeio no carrinho? Você gostaria de um pouco mais de privacidade para amamentar seu filho em público? As mães e amigas Fernanda Dennis, 38, e Dorothea Soule, 34, desenvolveram um produto para ter essa privacidade e para evitar que contato com estranhos nos passeios.

É o Baby Shade, um tecido elástico e respirável, de elastano e algodão, que tem a utilidade de envolver mãe e bebê na hora da amamentação e “vestir” o carrinho ou o bebê conforto, para proteger a criança da curiosidade alheia durante a soneca e até mesmo do ar-condicionado em passeios no shopping, por exemplo.

“É uma maneira de manter as pessoas longe, sem ser indelicada. Algumas mães têm mais ‘neuras’ do que outras, então, é um produto que resolve vários problemas. Além disso, é um artigo de moda, pois tem estampas diferentes que enfeitam o carrinho”, diz Dennis.

A novidade foi lançada em novembro do ano passado e custa R$ 130. Por enquanto, é vendido por meio do Facebook ou Instagram, mas uma loja virtual deve ser lançada em breve. Redes de artigos para bebês manifestaram interesse, e as empresárias pensam em vender por atacado para lojas, no futuro.

Primeiro modelo foi feito com camiseta do marido

O produto não tem fecho com botões ou zíper, são duas aberturas: uma maior, embaixo, e outra menor, em cima, que permitem controlar a exposição para que o bebê não fique totalmente encoberto. O primeiro modelo foi criado a partir de uma camiseta do marido de uma das sócias. 

“A Thea estava grávida e montando o enxoval no ano passado e ganhou uma capa de amamentação. Ela gostou da ideia, mas, quando vestiu, ficou horrível, parecia um saco. Então, pegamos uma camiseta grande do marido dela e começamos a fazer testes na máquina de costura, até chegar a um modelo que gostamos”, diz a empresária.

Depois disso, elas pesquisaram tecidos que fossem respiráveis, para dar mais conforto ao bebê, e encontraram uma confecção para produzir. As primeiras unidades foram distribuídas entre amigas, para que elas colhessem opiniões. O sucesso foi imediato, elas dizem.

“Uma das mães postou no Instagram, e os seguidores gostaram. Nos passeios, as pessoas paravam para perguntar onde tinha sido comprado. Aí vimos que era realmente uma oportunidade de negócio”, afirma Dennis. O investimento inicial foi de cerca de R$ 22 mil. São vendidas de 380 a 420 unidades por mês.

O crescimento se dá pela divulgação em rede social. “Enviamos para blogueiras experimentarem, mas sem compromisso de post, não é publicidade paga. Sabemos que não há nada melhor do que a indicação de outra mãe. É um produto que facilita a vida de maneira simples”, declara. A empresa foi batizada de BabyJack, pois as empresárias pretendem lançar outros produtos futuramente.

Produto é inovador, mas não pode ser o único

Segundo Beatriz Micheletto, consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), não é preciso reinventar a roda para inovar. “A maioria das boas ideias parte de necessidades individuais e, depois disso, verifica-se se é possível replicar.”

Ela diz que itens para bebês são atemporais, então, não é necessário se preocupar tanto com criação. Porém, os clientes gostam de ter sempre novidades, e a empresa de um produto só corre mais riscos. “É importante monitorar o mercado, vislumbrar novos usos para o produto e ouvir sempre o consumidor para identificar outras necessidades.”

Ela diz que o preço de R$ 130 pode ser caro para quem usa a fralda de pano, por exemplo, para se cobrir na hora da amamentação ou para proteger o bebê, mas o valor se justifica. “O foco não é preço, é o diferencial do produto. A fralda de pano pode cair no chão e sujar. Este item tem um apelo de marketing interessante”, declara.

Onde encontrar:

BabyJack: www.babyjack.com.br