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Começou como office-boy aos 14 e hoje fatura R$ 1,2 mi cobrando calotes

Caio Katayama, fundador da Ótris, franquia de empresa de cobrança - Divulgação
Caio Katayama, fundador da Ótris, franquia de empresa de cobrança Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/08/2017 04h00

O administrador Caio Katayama, 44, começou a trabalhar aos 14 como office-boy no extinto Banco Econômico, em Campinas (93 km a noroeste de São Paulo). Foi na instituição, depois de passar por vários cargos, chegando a gerente de agência, que ele teve a primeira experiência no ramo de cobrança, que é o foco da empresa que ele possui hoje, a Ótris.

A empresa já recuperou mais de R$ 4 milhões para seus clientes. No ano passado, a Ótris faturou R$ 1,2 milhão. O lucro não foi revelado.

“Eu tinha mais de 2.000 contas sob minha responsabilidade quando o banco teve intervenção estatal, em 1995. Com isso, os clientes acharam que não precisariam mais quitar seus débitos com a instituição. Recebemos a ordem de tentar recuperar os ativos financeiros. Consegui recuperar 60% da minha carteira em oito meses de negociações com cada cliente.”

Depois disso, ele trabalhou em várias multinacionais, sempre atuando na área financeira e de cobrança. Por fim, ficou sete anos em uma empresa que cobrava dívidas para escolas e descobriu que pequenos negócios tinham carência por este tipo de serviço.

Call centers que fazem este serviço são especializados em fazer cobranças para grandes empresas. No ramo educacional, desenvolvemos outro método, que sensibiliza o consumidor para a dívida e oferece mais oportunidades de negociação. Esse foi o embrião da Ótris.

A Ótris foi fundada em 2010, em Campinas, com investimento inicial de cerca de R$ 120 mil e apenas uma funcionária. Hoje, são 53 empregados e 250 clientes.  

No início deste ano, o empresário lançou franquias para expandir sua atuação por todo o Brasil. A primeira foi aberta em Jundiaí (58 km a noroeste de São Paulo), em março. A expectativa é chegar a 100 unidades até o final de 2018, afirma Katayama. São dois modelos de negócio: microfranquia e franquia padrão.

Confira abaixo os dados, fornecidos pela empresa:

Microfranquia (30m², quatro funcionários e atende até 100 clientes)

  • Investimento inicial: a partir de R$ 80 mil (custos de instalação + taxa de franquia + capital de giro)
  • Faturamento médio mensal: R$ 40 mil
  • Lucro médio mensal: R$ 11,2 mil (28% sobre o faturamento)
  • Retorno do investimento: a partir de 8 meses

Franquia padrão (70m², 12 funcionários e atende entre 100 e 200 clientes)

  • Investimento inicial: a partir de R$ 120 mil (custos de instalação + taxa de franquia + capital de giro)
  • Faturamento médio mensal: R$ 100 mil
  • Lucro médio mensal: R$ 28 mil (28% sobre o faturamento)
  • Retorno do investimento: a partir de 6 meses

A empresa atende desde microempreendedores individuais (MEI) até empresas de médio porte, em todos os ramos, e cobra de consumidores (pessoa física e jurídica). A empresa contratante só paga se tiver dinheiro recuperado. É cobrada uma comissão sobre o valor resgatado, na faixa dos 25%, segundo o empresário.

“O preço do serviço varia de acordo com a dificuldade de recuperar o dinheiro. Por exemplo, se uma empresa vende fiado, sem contrato, vai pagar uma taxa maior porque não há instrumentos jurídicos que a protejam.”

Na maioria dos casos, os devedores pagam as dívidas após as negociações. Cada empresa que contrata o serviço da Ótris oferece suas condições. Porém, há casos que vão para a esfera judicial, e a Ótris fornece materiais para embasar o processo, como o histórico da dívida e das tentativas de negociação.

Negócio precisa sobreviver quando inadimplência cair

Para a consultora especializada em franquias Ana Vecchi, da Vecchi Ancona, o negócio é promissor, principalmente no momento econômico atual, com o crescimento da inadimplência. 

"Mas, justamente por isso, é um negócio que tem uma sazonalidade embutida. O empresário precisa pensar em serviços complementares para oferecer quando a crise acabar e o endividamento diminuir. Uma saída pode ser dar cursos de educação financeira para consumidores ou ajudar as empresas a venderem melhor."

Ela diz que é natural nesse ramo que o faturamento só venha depois da recuperação do crédito. "Ele vai ter procurar um perfil de franqueado específico, alguém que não seja tão ansioso, por exemplo." 

Onde encontrar:

Ótris: www.otrissolucoesfinanceiras.com.br

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