Programa de estímulo ao artesanato gerou R$ 3 milhões para São Paulo

O programa de apoio ao setor de artesanato e trabalhos manuais da capital, o Mãos e Mentes Paulistanas, gerou R$ 3 milhões de renda desde o início do programa, em 2019. Hoje conta com 8.547 artesãos cadastrados que aproveitam oportunidades incríveis, como a de expor peças na Olimpíada de Paris.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da SMDET (Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho), criou a iniciativa gratuita que busca melhorar a atividade econômica e social de empreendedores artesanais da cidade.

O que o programa oferece?

Após o cadastro, o empreendedor tem acesso a sete cursos online de capacitação. Entre eles, estão Modelagem de Negócio, Desenvolvimento de Coleção e Planejamento Financeiro. Com conteúdo gravado, as aulas podem ser feitas por meio de dispositivos fixos e móveis, durante a semana em que o curso permanece aberto na plataforma. Também são oferecidas aulas ao vivo com revisão de cada curso, além de promover a interação dos participantes.

Com a capacitação, o empreendedor está habilitado a divulgar suas peças em circuitos de feiras em diversos pontos fixos de venda. Por meio de uma curadoria ou sorteio, o artesão pode expor durante três meses em quiosques localizados nos shoppings Center Norte e Lar Center, na zona norte da capital; no Mercadão das Flores, zona oeste; e nos shoppings Metrô Itaquera e Anália Franco, zona leste da cidade. As lojas estão presentes ainda nos shoppings Center 3 e Frei Caneca, zona central da cidade, e no Shopping Mais, na zona sul. Além dos pontos fixos, o programa já levou artesãos para mais de 900 feiras de artesanato em todas as regiões da cidade.

O aumento nas vendas e nas oportunidades de negócio

Charlie Ohanwe, arquiteto e dono da Ohanwe Design, é cadastrado há um ano, já participou de seis feiras de rua e exibiu seus artigos de madeira três vezes em shoppings. "O programa foi um pontapé para o meu negócio, hoje consigo divulgar meu trabalho", comenta.

Em um ano, empreendedora participou de 20 feiras e suas vendas aumentaram 70%. No início de 2023, Kátia Rito, proprietária do Le Rito Ateliê, se cadastrou no Mãos e Mentes Paulistanas para impulsionar seu negócio de bordados.

Com o tempo aprendi como precificar meus produtos e percebi que existem muitas pessoas que pagariam muito mais pelo trabalho bem feito. Eu falo que o programa é como se fosse uma grande mãe, você tem suporte e oportunidades para todos os lados.

Kátia Rito, proprietária do Le Rito Ateliê

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Tanto Rito como Ohanwe venceram o concurso "Identidade Paulistana" de 2024, promovido pela prefeitura. Os selecionados foram contemplados com uma licitação no valor de R$ 5 mil, que é revertido em peças, que tornam-se presentes para visitas oficiais.

Galo skatista verde e amarelo, em homenagem a Rayssa
Galo skatista verde e amarelo, em homenagem a Rayssa Imagem: Galinheiro Arte / Arquivo Pessoal

Marly Boghossian, dona do Galinheiro Arte, começou a vender peças com o fruto cabaça. Ela está cadastrada há dois anos no programa e já recebeu diversas oportunidades. Só em fevereiro planeja participar de quatro eventos pelo Mãos e Mentes Paulistanas. O programa proporcionou a exibição de uma das suas peças na Casa Brasil, na Olímpiada de Paris, em 2024. A obra era "o galo skatista verde e amarelo", inspirado na fadinha, Rayssa, atleta do skate.

Foi ótimo para divulgar minha marca, já mandei galinha até para Rússia.

Marly Boghossian, proprietária do Galinheiro Arte

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A artesã também comentou que outras cidades poderiam se inspirar no programa. Em algumas cidades, como Santos e Itanhaém, há projetos das prefeituras para auxiliar os artesãos. Mas, para a empresária, são iniciativas pequenas.

Expansão do projeto. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo, Rodrigo Goulart, considera que o programa pode servir de inspiração para replicar a iniciativa em outros municípios e que estuda a expansão do Mãos e Mentes Paulistanas para incluir artesãos da região metropolitana de São Paulo.

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